Sob pressão, Putin e Maduro usam Brics para tentar driblar isolamento

Sob pressão, Putin e Maduro usam Brics para tentar driblar isolamento

Além de contatos diplomáticos, a 16ª cúpula dos Brics surge como uma oportunidade para Vladimir Putin e Nicolás Maduro driblarem o isolamento e pressão da comunidade internacional.

O encontro deste ano é realizado na cidade de Kazan, na Rússia, e tem como um dos temas centrais o ingresso de novos países parceiros nos Brics, que já sofreu uma expansão na última cúpula realizada na África do Sul em 2023.

Atualmente, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã compõem o grupo.

Aliados no quintal de casa

O primeiro dia da cúpula dos Brics começou com agenda cheia para Vladimir Putin. Ao todo, o presidente da Rússia teve reuniões bilaterais com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente do Egito, Abdul Fatah Al-Sisi.

De acordo com o Kremlin, 36 países participaram do encontro dos Brics, que contará com a presença de 22 chefes de Estado.

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A oportunidade de Putin conversar, cara a cara, com lideranças internacionais acontece em meio uma caçada do Tribunal de Haia contra o presidente da Rússia.

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Agenda de reuniões também envolveu encontro com o presidente chinês, Xi Jinping

Putin ainda manteve conversas com Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, presidente do Egito
E uma reunião com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi
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Putin se reuniu com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, no primeiro dia da cúpula dos Brics

Divulgação/Kremlin

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Agenda de reuniões também envolveu encontro com o presidente chinês, Xi Jinping

Divulgação/Kremlin

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Putin ainda manteve conversas com Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, presidente do Egito

Divulgação/Kremlin

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E uma reunião com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi

Divulgação/Kremlin

Em março de 2023, a Corte Internacional emitiu um mandado de prisão contra o líder russo, acusado de crimes de guerra que incluem a deportação ilegal de crianças na Ucrânia.

Desde então, a agenda externa de Putin foi afetada, forçando o cancelamento de compromissos em países que seguem a jurisdição do Tribunal de Haia e teriam a obrigação – em tese – de cumprir o mandado caso o presidente russo pisasse os pés em seus territórios.

Apesar de já ter driblado a justiça e ido a países onde podia ser preso, como na Mongólia, Putin não compareceu a eventos importantes como a cúpula dos Brics na África do Sul no último ano. Recentemente, o líder russo também anunciou que não virá ao Brasil no próximo mês, para a reunião do G20.

Além do contato direto com lideranças globais, analistas políticos ouvidos pelo Metrópoles apontam que uma possível expansão dos Brics pode ajuda Putin a contornar a pressão internacional.

“Para a Rússia, já dentro dos Brics como um membro formador, a expansão do grupo é uma oportunidade de conseguir trazer para o seu eixo de proximidade novos países, embora aqueles que ingressaram anteriormente muitas vezes não sejam abertamente contrários a Vladimir Putin”, explica o analista de política internacional Vito Villar.

Maduro vai à Rússia

Mesmo sob pressão após uma reeleição pouco transparente, Nicolás Maduro desembarcou na Rússia nessa terça-feira (22/10), atendendo o convite de Putin para a cúpula dos Brics.

Em solo russo, o presidente venezuelano afirmou que seu país “já é parte da engrenagem dessa engenharia do mundo multipolar que está nascendo”. Maduro ainda falou em uma parceria estratégica com países dos Brics na área petrolífera, que envolveria Rússia, Arábia Saudita e Irã, três países que compõem o ranking dos maiores produtores mundiais de petróleo.

Sobre a maior riqueza natural da Venezuela, Maduro revelou que a vice-presidente do país, Delcy Rodriguez, chegou à Rússia mais cedo para “oferecer um portfólio de opções de investimento aos países do Brics+ e há boas notícias nesse sentido”.

A presença do líder chavista no evento era incerta, com a expectativa de que a Venezuela fosse representada pela vice-presidente e o chanceler do país, Yván Gil Pinto, que chegaram em Kazan nessa segunda-feira (21/10).

Contudo, analistas apontam que as incertezas nas negociações sobre o ingresso, ou não, da Venezuela no bloco podem ter motivado a ida de Maduro para a Rússia.

“Talvez isso tenha sido a faísca que motivou Maduro a ir, de fato, para a Rússia para falar diretamente com Vladimir Putin, que é um aliado de primeira hora. Essa conversa pode ser um catalisador para que a Venezuela consiga o apoio necessário para entrar nos Brics na próxima rodada de abertura”, explica Vito Villar.



Fonte Original do Artigo: www.metropoles.com

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