
Sintomas do câncer de pâncreas, doença de Edu Guedes
- Goiás
- 07/07/2025
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entenda
Esse tipo de câncer pode ser agressivo e tem diagnóstico difícil
Foto: Divulgação
O caso de Edu Guedes, de 51 anos, que revelou enfrentar um câncer de pâncreas, acendeu um alerta sobre os riscos dessa doença silenciosa. Mas afinal, quais os sintomas do câncer de pâncreas e o que levou o apresentador a procurar ajuda? O tumor que atinge o órgão é considerado um dos mais agressivos entre os tumores sólidos e costuma ser descoberto em estágio avançado.
O pâncreas é uma glândula que atua tanto no sistema digestivo quanto no sistema endócrino. Produz enzimas que ajudam na digestão e hormônios como a insulina, que regulam o metabolismo. Quando ocorre um câncer de pâncreas, o tipo mais comum é o adenocarcinoma, responsável por mais de 90% dos casos. Ele costuma responder mal ao tratamento e tem alta taxa de letalidade. O outro tipo, mais raro, é o tumor neuroendócrino, que tem melhor prognóstico.
De acordo com o oncologista Thiago Jorge, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a maioria dos casos só é descoberta quando o tumor já está avançado — o que explica sua agressividade. “Mesmo nos casos iniciais, a chance de recuperação é de apenas 15% a 20%. É um tumor difícil, muitas vezes descoberto em metástase”, afirma.
Sintomas
Entre os sintomas do câncer de pâncreas, o principal é o emagrecimento repentino, o que pode indicar que o tumor já está em estágio avançado. Outros sinais comuns são:
- Icterícia (pele e olhos amarelados);
- Fezes com gordura;
- Fraqueza e perda de apetite;
- Dor abdominal na parte superior da barriga, que pode irradiar para as costas — conhecida como “dor em faixa”.
Esses sintomas são vagos e frequentemente confundidos com outros problemas de saúde, o que dificulta o diagnóstico precoce.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de pâncreas é feito por meio de exames de imagem, como tomografia, ressonância magnética e PET-CT. A confirmação exige uma biópsia. Um exame de sangue chamado CA 19-9 também pode ser utilizado, mas não é definitivo — pode apresentar falsos negativos e positivos.
Tratamento
O tratamento depende do estágio do tumor. Quando localizado, é possível realizar cirurgia para remoção do tumor, seguida de quimioterapia. Em casos mais avançados, em que o tumor atinge vasos sanguíneos ou órgãos vizinhos, a cirurgia pode não ser indicada — e o tratamento se baseia em quimioterapia isolada ou combinada com radioterapia.
No caso de Edu Guedes, ele passou por uma cirurgia no último sábado (5), no Hospital Israelita Albert Einstein, para retirada de nódulos detectados em exames. O material será analisado para determinar o próximo passo do tratamento.
Dá pra viver sem pâncreas?
Sim. Em casos extremos, é possível remover o pâncreas por completo — cirurgia chamada de pancreatectomia total. O paciente, no entanto, precisará tomar medicamentos para controlar a glicose (já que o pâncreas produz insulina) e para ajudar na digestão.
“Já tive pacientes que passaram por pancreatectomia total e hoje vivem bem, com acompanhamento”, disse o cirurgião oncológico Marcelo Surjan.
Fatores de risco
Alguns hábitos e condições aumentam o risco de desenvolver câncer de pâncreas, como:
- Tabagismo
- Alcoolismo
- Obesidade
- Sedentarismo
- Histórico familiar de câncer de pâncreas, mama ou próstata
- Casos de pancreatite crônica
*Com informações do G1 e Folha de São Paulo