
Sindicato critica ‘sistema autocrático’ da Fifa – 25/07/2025 – Esporte
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- 25/07/2025
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A Fifpro, o sindicato global dos jogadores de futebol, fez nesta sexta-feira (25) duras críticas à Fifa (Federação Internacional de Futebol) pela forma como a entidade tem administrado a modalidade nos últimos anos.
O sindicato citou a realização da Copa do Mundo de Clubes, nos Estados Unidos, para expressar “sua crescente preocupação com a forma como a Fifa está atualmente gerenciando o futebol global”.
A Fifa respondeu de volta com críticas à liderança da Fifpro, pedindo mais diálogo entre as partes em busca de soluções.
Em comunicado publicado após reunião em Amsterdã nesta sexta –que contou com a participação de 58 sindicatos de jogadores de todo o mundo—, o Fifpro disse que os jogadores têm sido prejudicados por políticas comerciais impostas pelo “sistema autocrático de governança” da entidade que governa o futebol mundialmente.
O sindicato apontou que “o calendário de jogos sobrecarregado, a falta de períodos adequados de recuperação física e mental, condições extremas de jogo, a ausência de diálogo significativo e o contínuo desrespeito pelos direitos sociais dos jogadores infelizmente se tornaram pilares do modelo de negócios da Fifa.”
Conforme o sindicato, “este é um modelo que coloca em risco a saúde dos jogadores e marginaliza aqueles que são o coração do jogo”.
Segundo a Fifpro, a Copa do Mundo de Clubes foi realizada “em condições extremas e inadequadas para qualquer ser humano, demonstrando uma preocupante insensibilidade aos direitos humanos, mesmo quando se trata de atletas de elite.”
A competição foi marcada por partidas realizadas sob forte calor, com medidas como a pausa para esfriamento no meio dos jogos para hidratação dos jogadores.
O presidente do Fifpro, Sergio Marchi, já havia disparado recentemente uma série de críticas à Fifa por causa da Copa de Clubes, por expor os jogadores de clubes europeus a uma sobrecarga de partidas em um período em que estariam de férias.
“O que foi apresentado como um festival global de futebol não passou de uma ficção encenada pela Fifa, impulsionada por seu presidente, sem diálogo, sem sensibilidade e sem respeito por aqueles que sustentam o jogo com seu esforço diário. Uma encenação grandiloquente que inevitavelmente lembra o ‘pão e circo’ da Roma de Nero”, afirmou Marchi.
“Continuaremos a denunciar abusos e exigir condições justas, dignas e sustentáveis para todos os jogadores. O futebol precisa de liderança responsável, não de imperadores. Precisa de menos monólogos autocráticos e mais diálogo genuíno, inclusivo e transparente”, assinalou o sindicato.
A Fifa, por sua vez, também por meio de nota, disse estar “extremamente decepcionada com o tom cada vez mais divisivo e contraditório adotado pela liderança da Fifpro”.
Conforme a entidade, a abordagem mostra que, “em vez de se engajar em um diálogo construtivo, a Fifpro optou por seguir um caminho de confronto público impulsionado por batalhas artificiais de relações públicas”.
De acordo com a organização, é uma opção que não busca proteger o bem-estar dos jogadores profissionais, “mas visam preservar as próprias posições e interesses pessoais” dos líderes do sindicato.
A Fifa disse ainda que se reuniu no último dia 12 de julho com sindicatos de jogadores em Nova York para debater melhorias aos atletas, mas que a Fifpro se negou a participar do encontro.
Entre os pontos debatidos, foram citados pela entidade descanso mínimo obrigatório de 72 horas entre partidas; período obrigatório de férias de pelo menos 21 dias ao final de cada temporada; e disposições para que, em discussões futuras sobre o calendário internacional, as viagens dos jogadores e as condições climáticas sob as quais as partidas são disputadas sejam consideradas na definição de políticas.
Segundo a Fifa, a Fifpro respondeu à reunião com “uma série de ataques pessoais e desrespeitosos.”
A entidade afirmou que a manifestação do sindicato “sugere que sua liderança não se importa realmente com os jogadores, mas sim com lutas políticas internas e sua imagem.”