
Schreiner pede cautela após tarifaço de Trump: ‘diplomacia é o melhor remédio’
- Goiás
- 12/07/2025
- No Comment
- 14
DIÁLOGO
A manifestação foi feita após a entidade divulgar nota sobre os impactos da medida no setor agropecuário goiano
José Mário Schreiner, presidente da Faeg (Foto: Divulgação)
A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) defendeu uma reação equilibrada por parte do governo brasileiro diante da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O presidente da entidade, José Mário Schreiner, destacou em nota que o momento exige cautela e presença ativa do Brasil nas negociações bilaterais.
“Vimos que o governo brasileiro reagiu com críticas à imposição das tarifas, anunciando que irá ativar a Lei de Reciprocidade Econômica. Entendemos que este é um momento de cautela e diplomacia, em que o Brasil deve ter presença ativa na mesa de negociações com os EUA. É fundamental fazer tratativas para fortalecer a relação bilateral e não isolar ainda mais o país. A diplomacia e a negociação são o melhor remédio neste momento”, afirmou Schreiner.
A manifestação foi feita após a entidade divulgar nota sobre os impactos da medida no setor agropecuário goiano. Segundo a Faeg, a taxação pode prejudicar a competitividade dos produtos de exportação e encarecer insumos importados fundamentais para a produção no campo. “Essa nova taxação traz reflexos diretos às exportações do agronegócio nacional e goiano. Consequentemente, trará aumentos nos custos de insumos importados e impactará na competitividade das nossas exportações”, afirmou José Mário Schreiner.
Carne bovina e açúcar puxam lista de produtos goianos mais afetados
Carne bovina e açúcar de cana são os principais produtos goianos atingidos pela nova tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros. Juntos, esses dois itens responderam por mais de 70% das exportações de Goiás para os EUA em 2024, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).
Segundo a entidade, a carne bovina sozinha representou 61,8% das exportações goianas aos EUA. Já o açúcar movimentou US$ 32,3 milhões, o equivalente a 9,6% do total exportado. Ambos os setores devem sentir os efeitos da medida já no curto prazo, com perda de competitividade e risco de retração nos volumes embarcados.
Além de carne e açúcar, outros segmentos também estão sob risco: frutas, milho, peixes, café, hortaliças e produtos industriais essenciais para a cadeia produtiva. Máquinas agrícolas, por exemplo, representam 25,5% das importações goianas vindas dos EUA. Fertilizantes e adubos somam 6%.
“O produtor que depende da importação de máquinas e fertilizantes terá mais dificuldades para absorver o aumento nos custos. E quem exporta, como o setor da carne, pode perder mercado rapidamente”, explica Edson Novaes, gerente técnico da Faeg.