Saiba o que considerar na hora de decidir ter filhos – 21/09/2024 – Equilíbrio

Saiba o que considerar na hora de decidir ter filhos – 21/09/2024 – Equilíbrio

  • Saúde
  • 21/09/2024
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Alguns acreditam que toda mulher carrega um instinto materno e que sua vida só estará completa após a gestação. Entretanto, distinguir entre o desejo genuíno de ser mãe e a pressão social pode ser desafiador. Para Vera Iaconelli, psicanalista e colunista da Folha, a decisão de ter ou não filhos é sempre uma aposta no escuro, mas algumas mulheres podem identificar sinais de que a maternidade seria uma boa escolha.

“Por exemplo, o quanto você se dispõe a cuidar de um outro, a acompanhar a vida de alguém? O quanto te interessa a infância ou o desenvolvimento de outra pessoa?”, diz Iaconelli em entrevista ao podcast Modo de Viver. E isso também vale para os pais que estão na dúvida e desejam ter filhos.

Iaconelli defende que ter ou não filhos é uma decisão como qualquer outra na vida, mas com consequências de longo prazo, cujo acerto só pode ser avaliado posteriormente.

Além disso, a pressão para ser uma mãe perfeita, sempre incansável e com filhos impecáveis, também afeta a decisão sobre a maternidade. Os pais se culpam quando temem não estar à altura dessa expectativa. A maioria diz que sente que os sucessos ou fracassos dos filhos refletem neles, afirma o Centro de Pesquisa Pew, um dos mais importantes dos EUA.

No livro “Manifesto Antimaternalista”, Iaconelli critica a ideia de que as mulheres são naturalmente cuidadoras, condicionadas a colocar os desejos dos outros acima dos seus. Essa visão tradicional impõe que elas cuidem não só dos filhos, mas também de sogros, pais, maridos e irmãos.

“Mãe acaba sendo um tipo de cuidado. Quando o pai cuida de uma certa forma, dizemos erroneamente que ele cuida como uma mãe.”

Além disso, o chamado relógio biológico pressiona para que a decisão sobre ter filhos seja tomada o quanto antes. No entanto, a maternidade envolve uma responsabilidade que dura a vida inteira.

É possível adiar a escolha sobre ter ou não filhos e priorizar outros planos sem que seja necessário desistir da maternidade. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres têm filhos cada vez mais tarde. A proporção de mães com mais de 30 anos aumentou de 24% em 2000 para 37,3% em 2021.

O IBGE mostra que, no Brasil, 7.704 bebês nascem diariamente. Mas poucos em condições ideais. Por exemplo, o número de crianças registradas apenas pelas mães aumentou nos últimos sete anos, segundo a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen).

Em 2016, 139,7 mil dos 2,9 milhões de nascidos foram registrados sem o nome do pai, representando 5%. Em 2023, esse número subiu para 173,6 mil dos 2,6 milhões de nascimentos, totalizando 7%.

Daniela Roberta Antônio Rosa, mestre em sociologia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), afirma que embora mulheres ainda sejam cobradas para se tornarem mães, já é possível se perguntar “será que eu quero isso mesmo?”. Se for possível, Rosa sugere acompanhamento psicoterápico para entender as camadas mais íntimas desse desejo.

Engajar-se em conversas, especialmente com mães, para entender as dificuldades de cada fase, como na amamentação, por exemplo, também pode ser útil na hora de tomar a decisão.

“Criar essa proximidade para além das campanhas de amamentação e redes sociais, porque essas publicações costumam ter sempre fotos lindas, não tem ferida no seio, por exemplo, não tem esse lado B. Maternidade é também sobre estar presente em momentos mais desafiadores”, exemplifica.

Seis fatores a considerar ao decidir sobre a maternidade:

  • A decisão deve ser da mulher —conversar com o parceiro é importante, mas a decisão final precisa ser da mulher
  • Visualize o futuro –imagine como será sua vida com filhos nos próximos 5, 10 ou 15 anos, e como isso se alinha aos seus objetivos pessoais e profissionais
  • Questione suas motivações –reflita sobre a origem do seu desejo de ter filhos. É uma escolha pessoal ou influência externa?
  • Esteja presente –ter filhos exige tempo, presença emocional e envolvimento constante em diferentes aspectos da vida das crianças
  • Procure experiências reais –converse com mães para entender os desafios da maternidade e se está disposta a enfrentá-los
  • Avalie o momento certo –para algumas mulheres, a maternidade em uma fase mais madura é ideal, para outras, não. O importante é encontrar o momento certo para você.

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Fonte Original do Artigo: redir.folha.com.br

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