
Rússia e Ucrânia retomam negociações de paz em reunião na Turquia
- Internacional
- 23/07/2025
- No Comment
- 3
Rússia e Ucrânia vão iniciar uma nova rodada de negociações diretas, na tentativa de pôr um fim na guerra que se estende por mais de três anos no Leste Europeu. O encontro, assim como anteriores, acontecerá em Istambul, na Turquia.
Negociações de paz
- Em maio deste ano, Rússia e Ucrânia iniciaram as primeiras negociações diretas desde o início da guerra. A iniciativa partiu do presidente russo Vladimir Putin.
- A expectativa inicial era de que Putin se reunisse com Volodymyr Zelensky. O líder russo, no entanto, decidiu não comparecer as discussões na Turquia. Ao invés disso, ele decidiu enviar uma delegação composta por membros do segundo escalão do Kremlin.
- Apesar das negociações, e da pressão vinda dos Estados Unidos por meio do presidente Donald Trump, poucos avanços aconteceram até o momento.
- Nos dois encontros realizados na Turquia, Rússia e Ucrânia apenas concordaram em trocar dois mil prisioneiros de guerra — 1 mil de cada lado —, além de devolver de jovens soldados feridos e corpos de militares mortos no campo de batalha.
A data exata da reunião, contudo, ainda é incerta. Enquanto o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirma que o encontro deve acontecer nesta quarta-feira (23/7), a mídia estatal da Rússia fala que a nova rodada de negociações será realizada na quinta-feira (24/7).
Em um comunicado, Zelensky informou que a delegação do país será liderada, novamente, pelo secretário do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov. Autoridades da inteligência ucraniana, assim como do Ministério das Relações Exteriores e do Gabinete Presidencial, também estarão presentes no encontro em Istambul.
Leia também
-
Mundo
Rússia e Ucrânia podem voltar a negociações de paz nos próximos dias
-
Mundo
Guerra na Ucrânia: Kim Jong-un promete apoio “incondicional” à Rússia
-
Mundo
Rússia ataca Ucrânia com 400 drones; Zelensky fala em “terror russo”
-
Mundo
Papa se dispõe a receber Rússia e Ucrânia para negociar acordo de paz
A Rússia, por sua vez, ainda não confirmou a data da nova rodada de negociações de paz — a terceira desde maio. Segundo as últimas informações divulgadas pela mídia estatal do país, o encontro entre as delegações russa e ucraniana está previsto para acontecer na quinta-feira (24/7). O governo da Turquia também não se pronunciou sobre a reunião.
No início deste mês, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse estar “desapontado” com Vladimir Putin e deu 50 dias para a Rússia chegar a um acordo com a Ucrânia. Caso contrário, o líder norte-americano ameaçou aplicar novas sanções econômicas contra o país, com tarifas que podem chegar a 100%.
A lentidão nas negociações também provocou uma mudança de postura na administração norte-americana. Se antes Trump havia dado diversas sinalizações positivas para a Rússia, o último mês foi marcado não só por críticas contra Putin, como também pelo anúncio do envio de armamentos de pontas para a Ucrânia, como o sistema de defesa antiaéreo Patriot.
6 imagensFechar modal.
1 de 6
Trump e Zelensky: parceria inesperada pode redesenhar rumos da guerra
Arte Metrópoles2 de 6
Rússia e Ucrânia concordam em trégua no Mar Negro. O que significa?
Arte Metrópoles 3 de 6
Carla Sena/Metrópoles4 de 6
Chip Somodevilla/Getty Images5 de 6
Putin
Reprodução/Kremlin6 de 6
Donald Trump, Vlodymyr Zelensky, Vladimir Putin e Benjamin Netanyahu
Arte/Metrópoles
Rússia não espera avanços
Antes mesmo do novo encontro, o governo da Rússia disse não esperar qualquer “avanço mágico” nas negociações.
Para a agência estatal Tass, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que chegar a um acordo com a Ucrânia é difícil no atual momento, em que os dois países envolvidos na guerra expandiram ataques mútuos.
“Dito isso, não temos motivos para esperar avanços milagrosos”, declarou Peskov. “Tais resultados são dificilmente prováveis na situação atual”.
No último encontro, realizado no início de junho, a Rússia apresentou suas condições para um cessar-fogo, ou o fim definitivo da guerra na Ucrânia. Entre os termos estão a tomada de partes do território ucraniano conquistadas durante o conflito, a não aproximação dos ucranianos com alianças militares como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o enfraquecimento militar do país. Os pedidos, porém, são vistos como inaceitáveis pelo governo de Volodymyr Zelensky.