Risco genético ajuda identificar predisposição a obesidade – 27/07/2025 – Equilíbrio e Saúde

Risco genético ajuda identificar predisposição a obesidade – 27/07/2025 – Equilíbrio e Saúde

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  • 27/07/2025
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Há décadas, os pesquisadores sabem que a genética pode ser mais poderosa do que o ambiente na previsão de quem desenvolverá obesidade.

Gêmeos idênticos tendem a ter o mesmo índice de massa corporal (IMC), mesmo quando criados separadamente. Crianças adotadas tendem a ter um grau de obesidade semelhante ao de seus pais biológicos, e não ao de seus pais adotivos.

Identificar as raízes genéticas da obesidade pode ajudar na prevenção desde a infância. Mas encontrar uma “assinatura genética” para a condição tem se mostrado desafiador. Com raras exceções, não há um único gene ou mesmo alguns poucos responsáveis. Em vez disso, a obesidade é impulsionada por milhares de variantes genéticas que atuam em conjunto, cada uma com um efeito mínimo.

Agora, usando dados genéticos de 5 milhões de pessoas, um grupo internacional de centenas de pesquisadores relata que desenvolveu uma pontuação de risco para obesidade, também conhecida como pontuação de risco poligênico. Ela combina milhares de variantes genéticas para estimar o IMC previsto de indivíduos, que continua a ser usado por médicos para antecipar riscos à saúde relacionados ao peso.

Os pesquisadores demonstram que essas pontuações podem prever quais crianças pequenas têm risco de desenvolver obesidade na vida adulta.

Em outro teste, eles descobrem que adultos com sobrepeso ou obesidade que têm pontuações de risco elevadas recuperam rapidamente qualquer peso perdido em programas de mudança de estilo de vida. O estudo foi publicado na última segunda (21) na revista Nature Medicine.

Joel Hirschhorn, um dos autores do estudo e professor de pediatria e genética no Hospital Infantil de Boston, alerta que a genética não pode explicar os efeitos do ambiente e, portanto, é intrinsecamente limitada na previsão da obesidade.

“Nunca seremos capazes de afirmar que uma criança terá um IMC de 38 na vida adulta”, ele diz. “A genética não é tão preditiva assim.”

Ele afirma, no entanto, que a genética pode oferecer indicações sobre quem está ou não em risco.

“Definitivamente há valor preditivo na genética”, diz Hirschhorn. Ele acrescenta que, com o novo estudo, “estamos muito mais próximos de poder usar a genética de uma forma potencialmente significativa para previsões”.

O novo estudo é “intrigante”, afirma o Pradeep Natarajan, geneticista do Hospital Geral de Massachusetts, que não participou da pesquisa. Ele também diz que, à medida que as pontuações de risco para obesidade continuam a melhorar, é possível imaginar um futuro em que elas sejam usadas como as pontuações de risco para doenças cardíacas, ajudando os médicos a determinar a intensidade do tratamento para condições como colesterol ou pressão arterial levemente elevados.

Mas, ele ressalta, são necessários mais testes para verificar se a pontuação de obesidade pode prever quais intervenções serão eficazes.

Hirschhorn acrescenta que a pontuação de obesidade desenvolvida pelo grupo consegue explicar apenas cerca de um terço do efeito genético sobre a obesidade. Para uma análise completa da genética, seriam necessárias populações ainda maiores para encontrar variantes que, individualmente, têm menor poder de prever a obesidade. E como a maioria dos dados do novo estudo vem de europeus, a pontuação é mais precisa na previsão da obesidade em pessoas com ascendência europeia.

Ainda assim, os pesquisadores afirmam que seus resultados sobre os riscos de obesidade em crianças pequenas mostram o que pode ser alcançado.

O peso de crianças menores de 5 anos não prevê seu risco futuro de obesidade, observa Ruth Loos, da Universidade de Copenhague e uma das principais investigadoras do novo estudo. Mas suas pontuações de risco poligênico, dentro de certos limites, conseguem.

A diferença no IMC adulto previsto entre uma criança cuja pontuação de risco está entre os 10% mais baixos e outra cuja pontuação está entre os 10% mais altos é significativa, afirmam os autores do estudo. Hirschhorn compara isso à “diferença entre alguém no meio da faixa de peso normal e alguém no limite da obesidade.”

O grupo também testou as pontuações de risco analisando a genética e os resultados de participantes em estudos que usaram dieta e exercício para perda de peso.

Nesses estudos, as pessoas com as pontuações de risco mais altas respondiam melhor aos programas de estilo de vida. Mas também eram as menos propensas a manter os resultados —elas recuperavam todo o peso perdido no primeiro ano após o fim do estudo. Já aquelas com pontuações de risco mais baixas mantinham melhor a perda de peso.

Os pesquisadores afirmam que há mais descobertas à medida que investigam as relações entre genes e obesidade.

Loos e seus colegas publicaram um artigo que usa pontuações genéticas para classificar pessoas com obesidade entre aquelas que terão e as que não terão complicações cardiovasculares (o artigo ainda não foi publicado em uma revista revisada por pares).

Em pesquisas não relacionadas, Natarajan e seus colegas estão usando dados de ensaios clínicos sobre os novos medicamentos para obesidade para calcular as pontuações de risco dos participantes e questionam se a pontuação prevê quão bem as pessoas respondem aos remédios.

No futuro, ele prevê que as pontuações de risco para obesidade poderão sugerir as ações mais prováveis de serem bem-sucedidas. “Queremos fazer algo que melhore os resultados”, diz Natarajan.

Este artigo foi originalmente publicado no The New York Times.

Fonte Original do Artigo: redir.folha.com.br

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