Remédio para insônia reduz proteína ligada ao Alzheimer, mostra estudo

Remédio para insônia reduz proteína ligada ao Alzheimer, mostra estudo

  • Saúde
  • 22/06/2025
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Um medicamento usado para tratar a insônia é apontado como uma opção promissora contra o Alzheimer. Em um estudo pré-clínico, pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, descobriram que o Lemborexant é capaz proteger o cérebro de camundongos contra o acúmulo da proteína Tau — relacionada à doença neurodegenerativa.

Sabendo da conexão entre o Alzheimer e o sono de má qualidade, os pesquisadores resolveram investigar um medicamento depressor do sistema nervoso central. Os resultados foram publicados no fim de maio na revista científica Nature Neuroscience.

O que é o Alzheimer?

  • O Alzheimer é uma doença que afeta o funcionamento do cérebro de forma progressiva, prejudicando a memória e outras funções cognitivas.
  • Ainda não se sabe exatamente o que causa o problema, mas há indícios de que ele esteja ligado à genética.
  • É o tipo mais comum de demência em pessoas idosas e, segundo o Ministério da Saúde, responde por mais da metade dos casos registrados no Brasil.
  • O sinal mais comum no início é a perda de memória recente. Com o avanço da doença, surgem outros sintomas mais intensos, como dificuldade para lembrar de fatos antigos, confusão com horários e lugares, irritabilidade, mudanças na fala e na forma de se comunicar.

O Lemborexant foi aprovado em 2019 como um tratamento eficaz para a insônia, pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador de remédios nos EUA. No Brasil, ele segue em análise pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2022.

O fármaco já foi considerado o melhor remédio para problemas do sono. Uma pesquisa feita por cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, mostrou que ele tem o melhor perfil de eficácia, aceitabilidade e tolerabilidade após uma ampla revisão de estudos sobre 36 medicamentos realizados ao longo de 40 anos.

Remédio para insônia usado contra Alzheimer

O acúmulo de proteínas Beta-Amiloide e a Tau é apontado como um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do Alzheimer. Os medicamentos destinados ao tratamento da doença em estágio inicial atuam especificamente contra a beta-amiloide.

O neurologista David Holtzman, um dos autores do novo estudo, aponta que os remédios disponíveis ajudam, mas não conseguem retardar tanto a doença quanto a ciência gostaria. Por isso, a equipe de pesquisa focou na outra proteína.

Em testes com camundongos, os cientistas da Universidade de Washington perceberam que o Lemborexant melhorou a qualidade do sono e reduziu os níveis anormais da proteína Tau no cérebro dos animais.

“Precisamos de maneiras de reduzir o acúmulo anormal da proteína Tau e a inflamação que o acompanha, e vale a pena analisar mais a fundo esse tipo de auxílio para dormir”, disse Holtzman em comunicado à imprensa.

8 imagensPor ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista  Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoceNa fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do anoDesorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doençaAlém disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comunsFechar modal.1 de 8

Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas

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Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista

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Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce

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Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano

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Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença

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Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns

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Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença

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O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida

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Em comparação com camundongos que receberam Zolpidem – outro remédio para dormir – ou nenhum medicamento, os que tomaram Lemborexant reativaram até 40% mais volume no hipocampo, região essencial para a memória.

“Mostramos que o Lemborexant melhora o sono e reduz a Tau anormal, que parece ser o principal fator responsável pelos danos neurológicos observados no Alzheimer e em vários distúrbios relacionados”, destaca Holtzman.

Apesar do Lemborexant e do Zolpidem serem medicamentos para dormir, o mecanismo de indução ao sono é diferente e isso pode ser a chave dos efeitos protetores ao cérebro. Os cientistas explicam que o Lemborexant bloqueando a Orexina, um neuropeptídeo que regula o sono e o estado de vigília.

Ao desativar geneticamente o receptor de Orexina 2, os pesquisadores observaram a redução no acúmulo de Tau, indicando um possível envolvimento da Orexina no avanço da neurodegeneração.

Limitações do estudo

Mesmo com o avanço, algumas questões precisam ser melhor investigadas futuramente, já que os efeitos protetores cerebrais foram vistos apenas em camundongos machos. Além disso, o Lemborexant tem aprovação apenas para uso no curto prazo. Os efeitos do uso contínuo ainda são desconhecidos pela comunidade científica.

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Fonte Original do Artigo: www.metropoles.com

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