Quando o choro é justo – 12/03/2025 – Juca Kfouri

Há choros e choros.

Mesmo quando há motivos para reclamar, há protestos exagerados, tantos são os erros de arbitragem pelo mundo afora.

Mas quando se inventa um pênalti pornográfico e o VAR, que existe só para evitar erros crassos, vira cúmplice, e numa semifinal de campeonato, o choro é livre e justo.

Foi o caso da derrota são-paulina para o Palmeiras na última segunda-feira (10).

O erro de tão escandaloso até fez esquecer a lambança da saidinha de bola tricolor, pecado recorrente de times que não têm competência para fazê-la e insistem, com autorização dos treinadores.

Que o Palmeiras, favorito, jogou melhor e até mereceu a vitória também é indiscutível.

Só que o equívoco gigantesco deu ao São Paulo também o argumento de ter jogado de igual para igual etc.

E motivo para a ridícula ameaça de boicotar o Paulistinha do ano que vem, coisa que todos sabem não acontecerá.

Tetra à vista.

As finais terão a graça adicional de o Palmeiras em busca do tetracampeonato inédito no profissionalismo em São Paulo e o Corinthians na tentativa de devolver a maçã amarga imposta pelo rival que o impediu da primazia cinco anos atrás.

O jogo de volta em Itaquera pode ser de festa ou de velório.

Ambos de proporções gigantescas.

Que Champions!

O Liverpool era o melhor time do mundo, talvez ainda seja, tinha a faca e o queijo nos pés ao receber o PSG com a vantagem do 1 a 0 no Parque dos Príncipes, em Paris, e perdeu pelo mesmo placar, pela primeira vez para um time francês, no Anfield.

Se fosse pouco, viu o goleiro italiano Donnarumma pegar dois pênaltis para eliminá-lo da Champions ainda nas oitavas de final, depois de ter feito a melhor campanha na fase de classificação.

O PSG de Dembélé, que foi mal no Barcelona, parece mais confiável que o de Mbappé, Messi e Neymar.

E o Barcelona do fenomenal Yamal e do eficaz Raphinha, dá a forte impressão de que pode, de novo, dominar a Europa.

É claro que o Bayern Munique de Harry Kane também não está para brincadeira e a Inter de Milão está pronta para surpreender.

A última vaga para as quartas de final só foi decidida na marca da cal.

O 2 a 1 para o Real Madrid no Santiago Bernabéu virou 1 a 0 para o Atlético no Estádio Metropolitano e não teve jeito.

Quer dizer, jeito até teve, porque Vinicius Júnior jogou nas alturas o 1 a 1 no pênalti que desperdiçou miseravelmente, primeiro que desperdiçou com a camisa merengue.

Não seria mesmo justo, porque o Atlético jogou melhor e Courtois evitou a eliminação no tempo normal e na prorrogação.

Nos penais, deu o que quase sempre dá: o Real Madrid segue em busca da 16º Champions.

Título inédito só para Aston Villa, PSG, Lille e Borussia Dortmund.

Será que o Fenômeno queria mesmo presidir a CBF?

Ou estava sem o que fazer e inventou a candidatura para se divertir?

Porque para derrotar o poder das carcomidas, e nebulosas, federações estaduais, só com as Forças Armadas.

Golpe não é o forte do Fenômeno.

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