
Ozempic e Wegovy podem reduzir risco de demência, mostra estudo
- Saúde
- 25/06/2025
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Mais do que controlar a diabetes tipo 2 e levar à perda de peso, a semaglutida — princípio ativo do Ozempic e Wegov — pode também proteger o cérebro. Um novo estudo realizado na Universidade Case Western Reserve Of Medicine, nos Estados Unidos, sugere que o remédio está associado a um risco menor de desenvolver Alzheimer e outras formas de demência.
O novo estudo foi publicado nesta quarta-feira (25/6), no Journal of Alzheimer’s Disease, após a análise de dados de 1,7 milhão de pacientes com diabetes tipo 2 dos Estados Unidos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a diabetes tipo 2 causa neurodegeneração, induzindo mudanças na função e na estrutura vascular, no metabolismo da glicose e na sinalização celular da insulina.
Por isso, a doença é frequentemente associada ao aumento do risco de declínio cognitivo, que pode levar a demência. Por outro lado, mudanças nos hábitos alimentares e no estilo de vida são relacionadas à prevenção da demência.
Dados mostram que a semaglutida pode reduzir risco de demência
Os cientistas analisaram dados de 1,7 milhão de pacientes com diabetes tipo 2, acompanhados por três anos, e compararam os efeitos da semaglutida com outros sete medicamentos usados para tratar a doença.
Os pesquisadores usaram um método estatístico avançado para simular ensaios clínicos randomizados a partir dos dados obtidos. Ao fim, a semaglutida se destacou com os melhores resultados na prevenção de quadros de demência, principalmente entre mulheres e pessoas mais velhas.
Os participantes que receberam o tratamento de uso semanal com semaglutida tiveram um risco significativamente menor de demência em relação aos que tomaram outros remédios para diabetes.
Mais estudos são necessários
Apesar dos resultados animadores, os autores reforçam que ainda não é possível cravar que o remédio de fato evita a doença. Eles defendem que novos testes, mais controlados, sejam feitos para comprovar a possível ação neuroprotetora do fármaco, como explica Rong Xu, professor de informática biomédica e líder da equipe de pesquisadores.
“Não há cura ou tratamento eficaz para a demência. Então, esse novo estudo fornece evidências reais de seu potencial impacto na prevenção ou desaceleração do desenvolvimento de demência entre populações de alto risco” disse Xu em entrevista para a revista Science Daily.
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