
‘O prazer não se limita’
- Famosos
- 19/07/2025
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Após 28 anos de casamento, Sandra Annenberg expõe mudanças na intimidade e sexóloga alerta sobre padrões repetitivos que prejudicam a conexão
Antes mesmo de sua filha, Elisa Paglia, assumir publicamente o namoro com a atrizKarlie Jo Dickinson, a jornalista Sandra Annenberg já havia feito uma rara e sincera declaração sobre o impacto da idade e da menopausa na vida íntima de seu casamento com o também jornalista Ernesto Paglia, com quem está há 28 anos.
Em entrevista ao videocast MenoTalks, Sandra revelou:“A gente sempre teve isso [fogo] à flor da pele. Agora, essa pele que não tem mais aquele viço, começa a enrugar. [Mas] continuo amando ele com todo amor que eu sempre tive e acho que até mais”
Para entender essas transformações tão comuns, mas pouco debatidas, nos relacionamentos de longa data, a CARAS Brasil ouviu a sexóloga e terapeuta sexual Bárbara Bastos, que trouxe reflexões valiosas sobre desejo, intimidade e reinvenção ao longo dos anos.
Fim do ‘fogo inicial’ significa o fim do tesão?
Bárbara explica que, embora pareçam semelhantes, o “tesão” e o “fogo inicial” assumem formas diferentes ao longo do tempo:
“Entendo que a pergunta se refere à essência do tesão e do fogo nos relacionamentos, termos que, de fato, se entrelaçam. O que percebemos é que a intensidade e a manifestação desse desejo sexual se transformam ao longo do tempo. No início de um relacionamento, essa chama inicial é muitas vezes impulsionada por uma paixão avassaladora, por uma saudade marcante quando há um tempo sem se verem. […] Esse fogo inicial, essa pegada mais intensa, é uma característica comum e poderosa para a maioria dos casais”, afirma.
Mas isso não significa que o desejo desaparece, ele apenas muda de forma: “Com o passar do tempo, o tesão não só pode, como deve, permanecer, mas sua natureza se aprofunda e se torna mais intrínseca aos detalhes do dia a dia. […] São esses pequenos detalhes que nutrem e mantêm o desejo vivo na rotina de um casamento ou de um relacionamento duradouro”.
O desejo pode oscilar e está tudo bem
Segundo a especialista, é fundamental observar como o cotidiano afeta o desejo: “É fundamental reconhecer que, no cotidiano e na rotina de um relacionamento, haverá fases da vida que podem impactar a libido. […] O ponto crucial é estar atento e observar essas mudanças. Muitas pessoas acabam permitindo que o tesão, o desejo e a conexão se percam simplesmente por falta de atenção”.
Ela reforça que a consciência e o diálogo são fundamentais para reverter esse processo: “Precisamos entender que haverá momentos em que o desejo pode não estar em seu auge, seja por fatores hormonais ou circunstanciais. O importante é observar o que está acontecendo e, proativamente, questionar: ‘O que posso fazer para melhorar isso? O que nós, como casal, podemos fazer para ajustar e aumentar esse desejo?’”.
Sexo não é só penetração
A sexóloga ainda destaca que, para manter a conexão viva, é preciso repensar o próprio conceito de intimidade: “É fundamental abordarmos a educação sexual, que historicamente tem sido bastante distorcida para a maioria das pessoas. […] O prazer e a conexão não se limitam aos órgãos genitais; eles se manifestam através de uma experiência que envolve o corpo por completo”.
Segundo ela, o verdadeiro erotismo está nos gestos diários, muitas vezes subestimados: “Quando expandimos o conceito de intimidade para além do que acontece na cama, percebemos que a conexão física e emocional se manifesta no cuidado diário. […] No entanto, são exatamente esses detalhes – o carinho, a atenção, as pequenas demonstrações de afeto – que sustentam um casamento ou um relacionamento saudável e vibrante”.
Se reinventar sexualmente é um desafio necessário
Para Bárbara, a reinvenção é uma necessidade constante em qualquer relação amorosa: “Em nossa sociedade, a forma como aprendemos sobre sexo é, muitas vezes, equivocada. Frequentemente, o sexo é cercado por um peso de culpa, associado à ideia de pecado ou algo que precisa ser feito às escondidas. […] Essa é a grande diferença”.
Ela alerta para os perigos de cair na mesmice: “Muitas vezes, casais caem na rotina de um sexo previsível, onde o início, o meio e o fim são sempre os mesmos. Essa monotonia pode, infelizmente, apagar a chama da paixão no relacionamento, transformando algo que deveria ser prazeroso em um ato automático”.
E aponta como a terapia pode transformar tudo isso: “É por isso que a terapia sexual desempenha um papel crucial. Ela auxilia no processo de exploração e adaptação, abrindo um leque de oportunidades para que o sexo, mesmo com a mesma pessoa, seja vivido de maneiras diversas e enriquecedoras”.
Por fim, um convite à descoberta: “Talvez você esteja praticando o sexo hoje da mesma forma que aprendeu no passado, sem se dar conta de que existem inúmeras outras formas de vivenciá-lo. A terapia sexual amplia a mente, permitindo que você compreenda que o sexo vai muito além da penetração. […] Essa é uma das principais abordagens que trago para meus atendimentos”.
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