Navio chinês pode ter cortado cabos submarinos de internet no Mar Báltico
- Ciência e Tecnologia
- 28/11/2024
- No Comment
- 5
Um navio chinês pode ter sido usado na sabotagem de cabos submarinos de internet no Mar Báltico que foram rompidos nos dias 17 e 18 de novembro, interrompendo o sinal que conecta vários países. Conforme noticiou o The Wall Street Journal na quarta-feira (27), a embarcação é investigada por autoridades europeias.
Com 225 m de comprimento e 32 m de largura, o graneleiro Yi Peng 3 teria arrastado sua âncora por mais de 160 km no leito do Mar Báltico enquanto transportava fertilizante russo. A ação resultou no rompimento de cabos que conectam a Finlândia e a Alemanha e a Suécia à Lituânia.
Os investigadores suspeitam que serviços de inteligência da Rússia induziram o capitão a realizar a ação após a viagem iniciar em um porto do país. Enquanto a âncora era arrastada, de forma deliberada, o transponder do navio estava desligado — o equipamento é responsável por registrar os movimentos da embarcação.
“É extremamente improvável que o capitão não tenha percebido que seu navio lançou e arrastou sua âncora, perdendo velocidade por horas e cortando cabos no caminho”, afirmou ao jornal uma das pessoas envolvidas na investigação. Ela disse, ainda, que a probabilidade de arrasto acidental é mínima, diante das condições climáticas e alturas de ondas nos dias dos incidentes.
Rússia nega envolvimento
Questionado pela reportagem, o governo russo negou qualquer envolvimento no rompimento dos cabos submarinos no Mar Báltico. “Essas acusações são absurdas e infundadas”, comentou o porta-voz do Kremlin, que ainda citou o silêncio das autoridades ocidentais sobre a explosão do gasoduto NordStream, em 2022.
Embora a investigação acredite que o governo chinês não tenha participado da ação, o Ministério das Relações Exteriores da China também se pronunciou. O órgão afirma que o país possui acordos internacionais e contribui para manter a segurança dos cabos submarinos de internet.
O navio chinês suspeito de sabotagem segue acompanhado por navios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) enquanto investigadores negociam com o proprietário o acesso à embarcação. Eles querem interrogar a tripulação.