
Moraes manda ouvir advogados ligados a Bolsonaro sobre Cid – 25/06/2025 – Poder
- Política
- 25/06/2025
- No Comment
- 15
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta quarta-feira (25) que os advogados Fábio Wajngarten e Paulo Costa Bueno sejam ouvidos pela Polícia Federal.
Segundo o ministro, relatos enviados pelo tenente-coronel Mauro Cid e familiares indicam a “suposta prática dos crimes de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa”.
A defesa de Cid enviou à PF declarações e documentos que, segundo a decisão de Moraes, criam suspeitas de que os advogados procuraram familiares do tenente-coronel para conseguir informações sobre sua colaboração premiada.
Paulo Bueno é um dos advogados que compõem a equipe de defesa de Jair Bolsonaro (PL) no STF. Wajgarten também auxiliava o ex-presidente até ser demitido no último mês.
De acordo com Cid, Wajngarten fez “intensa tentativa de falar com a família e com Mauro Cid, tanto através da filha G.R.G [menor de idade] como de sua esposa, Gabriela Ribeiro Cid.
“Não bastasse as várias investidas sobre a filha e esposa de Mauro Cid, a defesa dos corréus investiu também sobre sua mãe, Agnes Barbosa Cid, quando em eventos realizados na Hípica de São Paulo, o dr. Luiz Eduardo Kuntz, uma vez acompanhado pelo dr. Paulo Costa Bueno, cercaram-na no sentido de demover a defesa então constituída por Mauro Cid, conforme declaração particular que também acompanha a presente”, disse a defesa do militar.
Moraes também decidiu que a corporação entregue, em dez dias, um laudo pericial sobre o celular da filha menor de idade de Cid. Ela entregou o telefone voluntariamente para a investigação.
A decisão de Moraes foi dada num inquérito aberto para investigar se o advogado Luiz Eduardo Kuntz, defensor do réu Marcelo Câmara, fez contatos com o tenente-coronel ao longo de 2024 para buscar informações privilegiadas sobre a delação no caso da trama golpista.
Marcelo Câmara está preso desde quarta-feira (18) pela suspeita de tentativa de obstrução de investigação de seu defensor.
A Polícia Federal entregou ao Supremo nesta quarta quatro documentos com mais informações sobre o caso. Dois deles são declarações assinadas pela mãe de Cid, Agnes Barbosa Cid, e pela sua esposa, Gabriela Ribeiro Cid.
Os outros dois documentos fazem referência à entrega voluntária do celular da filha menor de idade do tenente-coronel e a autorização para acesso aos dados do telefone, e uma petição em que a defesa do militar pede a investigação sobre Wajngarten e Kuntz.
Segundo os relatos dos familiares de Cid, o advogado Luiz Eduardo Kuntz procurou insistentemente a filha menor de Mauro Cid para falar sobre a situação do delator.
“As mensagens do advogado Luiz Eduardo Kuntz para com a família de Mauro Cid são incontroversas e desmentem sua fala de que não procurou. Assim como é incontroversa também a tentativa do advogado Luiz Eduardo Kuntz em encontrar Mauro Cid que já estava com cautelares diversas da prisão e acordo de colaboração premiada homologado pelo Supremo, e mesmo assim, ardilosamente, procurou insistentemente sua filha menor de idade”, diz a defesa de Cid.