Microplásticos: Pesquisadora ensina como usar plástico – 27/07/2025 – Equilíbrio e Saúde

Microplásticos: Pesquisadora ensina como usar plástico – 27/07/2025 – Equilíbrio e Saúde

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  • 27/07/2025
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Microplásticos são pedaços de plástico muito pequenos, com menos de cinco milímetros de comprimento de um lado ou aproximadamente do tamanho de uma borracha de lápis. Isso significa que alguns deles são visíveis a olho nu, mas outros são tão minúsculos que nem é possível vê-los, menores que a largura de um fio de cabelo ou até mesmo de uma hemácia (célula sanguínea).

Estamos expostos a esses plásticos de inúmeras maneiras, seja pelos pneus de carros desgastados que os liberam no ar ou pelas latas revestidas de plástico que os levam para nossa comida. Cientistas encontraram microplásticos em fígados, sangue, cérebros e até mesmo em placentas. E embora mais pesquisas sejam necessárias para entender completamente como isso afeta a saúde, há evidências suficientes para nos preocuparmos.

Uma revisão sistemática que realizei com meus colegas em 2024 mostrou que os microplásticos são suspeitos de impactar negativamente a saúde reprodutiva, principalmente a qualidade do esperma, bem como a saúde digestiva e respiratória. As evidências sugerem que os microplásticos são potenciais causadores de inflamação crônica, o que poderia aumentar o risco de câncer de cólon e pulmão. Outros estudos mostraram uma ligação entre microplásticos e demência, bem como doenças cardiovasculares.

Mas também existem maneiras eficazes de reduzir nossa exposição por meio de mudanças no estilo de vida. O segredo é fazer essas mudanças lentamente ao longo do tempo e ser realista sobre seu orçamento e rotinas. Não há necessidade de jogar fora todos os seus recipientes plásticos de armazenamento de alimentos de uma só vez. No geral, trata-se de reduzir o uso de plástico, particularmente os plásticos de uso único.

Aqui está o que tenho feito para limitar os microplásticos em minha vida.

Evito alimentos embalados e ultraprocessados

Sei que isso é difícil, mas provavelmente a coisa mais importante que você pode fazer para reduzir a exposição aos microplásticos é comer alimentos que você prepara dentro de casa, feitos do zero. Produtos químicos relacionados ao plástico são mais comumente encontrados em alimentos ultraprocessados e fast food, em vez de alimentos cozidos em casa, e não está necessariamente claro o porquê.

Suspeito que pode ter algo a ver com todas as embalagens plásticas e o plástico usado no processamento. Então, tento evitar alimentos embalados sempre que possível. Quando viajo, levo meu próprio almoço. Geralmente, uma maçã e um sanduíche de manteiga de amendoim e geleia. Compro manteiga de amendoim que vem em recipiente de vidro, que reutilizo para armazenar alimentos e como copos para beber água. Levo minhas próprias sacolas para a feira.

Claro, nem sempre é possível evitar que plásticos toquem sua comida. Ainda não encontrei uma boa maneira de armazenar alface que não seja em um saco plástico, então estou procurando novas formas de fazer isso. Ainda compro arroz que vem em saco plástico. É possível comprar grãos, feijões e nozes a granel —e levar seus próprios recipientes para a loja— mas pode ser logisticamente desafiador. Especialmente se você tem crianças pequenas.

Não aqueço plásticos no micro-ondas nem uso garrafas plásticas de água

Uso principalmente recipientes de vidro para armazenar alimentos. Joguei fora todos os meus plásticos? Não, não joguei. Mas nunca os uso no micro-ondas. Pesquisas descobriram que aquecer alimentos em recipientes plásticos no micro-ondas pode liberar milhões de microplásticos nesse alimento. Garrafas de água de plástico descartáveis também podem liberar plásticos na sua água, por isso tenho uma garrafa de água de aço inoxidável que carrego para todo lugar.

Também evito panelas e frigideiras antiaderentes, já que estas podem ser feitas com PFAS (substâncias per e polifluoroalquiladas) —ou “produtos químicos eternos”, como são frequentemente conhecidos. Em vez disso, uso uma panela de arroz de barro, panelas de aço inoxidável e uma frigideira de ferro fundido que era da minha avó. Ainda funciona muito bem, e posso fritar um ovo nela sem problemas. Uso utensílios de cozinha de madeira e aço inoxidável— e evito plásticos pretos.

Sigo uma dieta baseada em plantas

Como mais embaixo na cadeia alimentar, concentrando-me em frutas e vegetais. Ainda há muito a aprender aqui, mas sabemos que os produtos químicos são mais prevalentes em animais maiores. Então, evito carne vermelha e animais ruminantes, como cabra e cordeiro. Também me concentro em comer grãos integrais e feijões. E isso é consistente com outras diretrizes alimentares. Como alguns peixes. Recomendo comer peixes menores em geral, já que peixes maiores, como atum e espadarte, têm uma vida útil mais longa e podem acumular poluentes como mercúrio.

Ainda não sabemos a extensão total dos microplásticos nesses animais. Mas sabemos que comer mais abaixo na cadeia alimentar é provavelmente uma boa maneira de garantir que sua exposição seja menor.

Minimizo a poeira em minha casa

Os microplásticos adoram se acumular na poeira. Uma maneira eficiente de diminuir a quantidade em sua casa é usar um aspirador com filtro HEPA, que quer dizer “ar de partículas de alta eficiência”, o que significa que esses aspiradores são eficazes na remoção de partículas muito pequenas ao redor da sua casa, incluindo microplásticos.

Também sugiro usar um esfregão úmido ou pano de microfibra para limpar a casa, o que não levantará poeira. Meu marido faz isso uma vez por semana em nossa casa.

Uso produtos de cuidados pessoais e limpeza sem fragrância

Alguns produtos de limpeza abrasivos, como aqueles que têm pequenas partículas para ajudar na limpeza, podem conter microplásticos. O mesmo vale para produtos de cuidados pessoais, como esfoliantes. Evito esses produtos, bem como qualquer produto com fragrâncias, já que algumas empresas colocam fragrâncias dentro de pequenas cápsulas de microplástico para que o aroma dure mais tempo.

A ideia de evitar microplásticos pode parecer esmagadora —mesmo para mim, uma pessoa que dedicou sua vida ao estudo de contaminantes ambientais— mas alguns pequenos passos podem fazer a diferença para reduzir sua exposição e melhorar sua saúde geral. E é importante lembrar: não é sua culpa. A questão fundamental é que é difícil para um indivíduo controlar a produção de plástico, e precisamos de mudanças sistêmicas para reduzir nossas exposições.

Fonte Original do Artigo: redir.folha.com.br

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