Médica alerta riscos da automedicação com ‘canetas emagrecedoras’ adotadas por famosas

Médica alerta riscos da automedicação com ‘canetas emagrecedoras’ adotadas por famosas

Em entrevista à CARAS Brasil, a médica Manoela Souza reforça que o uso dos medicamentos deve estar associado a uma mudança completa no estilo de vida

Com o aumento do uso de medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro para perda de peso — conhecidos como canetas emagrecedoras — cresce também a preocupação de especialistas sobre o uso inadequado e sem prescrição médica. Inicialmente desenvolvidos para o tratamento do diabetes tipo 2, eles ganharam espaço fora do ambiente clínico, impulsionados pelo relato de celebridades como Luiza Possi (40), Jojo Todynho (28) e Karoline Lima (29).

Em entrevista à CARAS Brasil, a médica clínica geral Manoela Souza alerta para os cuidados que devem ser considerados antes de iniciar esse tipo de tratamento. Para ela, o emagrecimento não pode ser tratado como uma solução simples. “A jornada para um corpo mais saudável e com peso adequado, muitas vezes se assemelha a uma complexa equação. Em meio a informações negativas e promessas de resultados rápidos, é vital encontrar um caminho que priorize a saúde, o bem-estar e que seja um emagrecimento sustentável, sem o temido efeito sanfona”, ressalta.

A especialista explica que, embora os medicamentos tenham potencial de apoio em processos de perda de peso, é fundamental compreender o papel de cada um. “Com o avanço da medicina, medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro têm se destacado como aliados importantes no emagrecimento e no controle do diabetes tipo 2, que muitos já chamam de Diabesidade por sua relação com a obesidade. Mas como integrar o uso desses medicamentos em um estilo de vida saudável para um emagrecimento sustentável e sempre com foco na saúde?”, questiona a médica, especialista em Medicina do Trabalho.

Manoela também detalha como essas substâncias atuam no organismo: “Ozempic e Wegovy, ambos análogos do GLP-1, agem no organismo de maneira eficaz. Eles não apenas estimulam a secreção de insulina e inibem o glucagon – promovendo um controle glicêmico eficaz – mas também são capazes de aumentar a sensação de saciedade com redução na fome. Isso significa que, além de auxiliar na perda de peso, eles ajudam a regular o apetite, facilitando a adoção de uma alimentação mais equilibrada e em menor volume”.

Sobre o Mounjaro, ela ressalta um diferencial: “O Mounjaro se destaca ainda mais pois, além dos benefícios destacados acima com os análogos do GLP-1, ele também inclui a ação do GIP, potencializando não apenas a perda de peso, mas também a sensibilidade à insulina. Esta combinação de duas substâncias ativas é um avanço significativo, oferecendo uma abordagem mais holística no combate à obesidade e diabetes”.

Apesar da eficácia, a médica reforça que o uso dos medicamentos deve estar associado a uma mudança completa no estilo de vida. “Embora esses medicamentos apresentem resultados positivos, integrar um estilo de vida saudável é essencial”, informa.

RESULTADOS CONSISTENTES

Ela destaca quatro pilares para que o tratamento tenha resultados consistentes. “Invista em uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras. O importante é entender que os medicamentos são ferramentas que facilitam a mudança, mas a base deve ser uma alimentação nutritiva e saudável sempre. Na dúvida, coma o que vem da natureza, como bichos e plantas, e evite alimentos industrializados”, pontua.

“Não subestime o poder da atividade física. Exercícios regulares não apenas ajudam na queima de calorias, mas também aumentam a massa muscular, o que pode acelerar o metabolismo e potencializar os efeitos do emagrecimento. Beber água regularmente é muitas vezes esquecido, mas a hidratação desempenha um papel importante na sensação de saciedade e na saúde geral. É comum o nosso corpo confundir sede com fome, aumentando assim a ingestão de comida”, continua a especialista.

A médica completa: “Esteja sempre em contato com profissionais de saúde. Médico, nutricionista, psicólogos, educadores físicos, entre outros, são importantes para mudança de hábitos e adoção de um estilo de vida saudável”.

Manoela também chama atenção para o perigo da automedicação, prática comum entre quem busca emagrecimento rápido. “Com a facilidade de acesso à informação, a automedicação se torna um risco palpável. Muitos buscam soluções rápidas sem considerar as implicações que isso pode trazer. O uso irresponsável de medicamentos pode resultar em efeitos colaterais indesejados e até complicações graves. Antes de iniciar qualquer tratamento medicamentoso, consulte sempre um médico”, salienta.

Para ela, o caminho mais seguro continua sendo o equilíbrio entre tecnologia médica e hábitos saudáveis. “Invista em sua saúde de forma consciente. A integração de medicamentos com um estilo de vida equilibrado é a fórmula para um emagrecimento saudável, duradouro e seguro. Ao seguir as orientações médicas e de equipe multidisciplinar, você não só alcançará seu peso saudável sem sacrifícios extremos, mas também se sentirá melhor em cada dia dessa jornada”, finaliza.

Leia também:Médica comenta diagnóstico de Jair Bolsonaro: ‘Pode levar a um agravamento progressivo’

Fonte Original do Artigo: caras.com.br

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