
Mãe é condenada a mais de 41 anos de prisão por matar filho de 1 ano e 9 meses em Goiânia
- Goiás
- 23/07/2025
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Justiça
O pai da criança ainda não foi julgado, ele aguarda recurso apresentado por sua defesa
Pedro morreu em decorrência de politraumatismo, com sinais de extrema violência por espancamento (Foto: reprodução)

Uma mulher foi condenada a 41 anos, 6 meses e 21 dias de prisão pelo assassinato do próprio filho, um bebê de apenas 1 ano e 9 meses. Eduarda Luiza Martins Mello, mãe da criança, foi julgada pelo Tribunal do Júri de Goiânia na última quinta-feira (17), em um julgamento que durou mais de 13 horas. O pai do menino ainda não passou pela Corte, pois aguarda um recurso apresentado por sua defesa.
Os jurados entenderam que ela matou Pedro Benjamin Gonçalves de Mello de forma cruel e sem chance de defesa. A promotora de Justiça Renata de Oliveira Marinho e Souza conduziu a acusação e defendeu a condenação integral da ré, o que foi aceito pelo Conselho de Sentença.
Pedro já apresentava vários sinais de agressões antes da morte. Exames apontaram lesões e fraturas causadas em diferentes momentos. Dias antes de morrer, ele chegou a passar pelo Instituto Médico Legal (IML), onde foi examinado por apresentar marcas de violência. Na ocasião, ele foi deixado aos cuidados da avó paterna, que depois de alguns dias o devolveu aos pais por conta própria.
O pai da criança também foi denunciado pelo Ministério Público e teve a participação dele reconhecida pela Justiça, mas aguarda o julgamento de um recurso no Tribunal de Justiça de Goiás.
Durante o julgamento, a defesa de Eduarda negou a autoria e pediu que o crime fosse tratado como lesão corporal seguida de morte. A estratégia não convenceu os jurados, que seguiram o entendimento da acusação e aplicaram a pena em regime fechado.
O Mais Goiás não localizou a defesa de Eduarda Luiza para comentar sobre a condenação. O espaço permanece aberto para manifestações..

Relembre o caso
Na época dos fatos, Pedro Benjamim que já apresentava sinais de maus-tratos foi levado ao hospital no dia 3 de dezembro de 2024. Os médicos desconfiaram das marcas no corpo da criança e acionaram o Conselho Tutelar que denunciou à polícia e o menino passou por exames Instituto Médico Legal (IML). Após o exame, a criança foi entregue aos cuidados da avó paterna. No entanto, sem autorização, a avó decidiu devolvê-lo aos pais.
Treze horas depois de entregar o bebê, ele foi encontrado desacordado por uma vizinha que acionou equipes de resgate ao ver a criança desacordada e com sinais de violência. Equipes de socorro tentaram reanimar Pedro. Em seguida, o menino foi levado ao Hospital e Maternidade Célia Câmara, no Conjunto Vera Cruz 1, onde a morte foi confirmada.
Testemunhas relataram à polícia que a criança havia sido deixada sozinha em casa durante a noite, e que ficou chorando muito, enquanto os pais estavam em um bar consumindo bebidas alcoólicas. Moradores próximos disseram que a criança teria sido espancada até a morte, após a mãe voltar para casa.
O laudo de necropsia apontou que Pedro morreu em decorrência de politraumatismo, com sinais de extrema violência por espancamento. Em depoimento, o casal chegou a alegar que os ferimentos teriam sidos causados pela queda de um guarda-roupa sobre o menino, mas essa versão foi descartada pelo exame cadavérico do IML.
O pai foi preso em flagrante no dia 13 de dezembro, acusado de homicídio qualificado. A mãe foi detida somente no dia seguinte em Aparecida de Goiânia. Ela chegou a ser liberada após audiência de custódia, mas acabou presa dias depois.
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