Madri: o que visitar e onde comer em roteiro de 3 dias – 23/07/2025 – Turismo

Madri: o que visitar e onde comer em roteiro de 3 dias – 23/07/2025 – Turismo

A capital espanhola, não é segredo nenhum, é uma cidade de excessos. Não à toa gerou nas artes nomes como os do pintor Francisco de Goya ou o cineasta Pedro Almodóvar, de tintas tão carregadas. É como se Madri não se permitisse passar incólume por ninguém, seja quem mora ali ou está apenas de passagem.

Dorme-se tarde por aquelas bandas. E, ufa, as ruas ficam repletas de gente até altas horas nas noites escaldantes do verão, bebericando tintos, vermutes e tapeando —esse hábito tão espanhol de circular por diversos bares e restaurantes provando porções pequenas de uma infinidade de itens mediterrâneos.

Veja a seguir um roteiro para desbravar a principal cidade da Espanha em três dias.

Dia 1

Comece o tour pela Puerta del Sol, marco zero de todas as estradas da Espanha e local mais central da cidade. É uma praça apinhada de turistas, mas ampla o suficiente para não sentir claustrofobia.

Do sino da Real Casa de Correos, prédio em estilo neoclássico reformado no século 19, saem as badaladas que marcam uma tradição bem espanhola: a de comer 12 uvas na virada da no ano, para dar boa sorte. Ficam lá também a estátua “Oso y el Madroño”, com um urso escalando um medronheiro que é um símbolo da cidade, e os letreiros luminosos que encimam as fachadas, como o da empresa de bebidas Tío Pepe.

A plaza Mayor, fica a uma caminhada de menos de cinco minutos. No século 16, ela costumava ficar do lado de fora das muralhas da versão medieval de Madri e costumava sediar feiras livres e touradas. Sofreu pelo menos três grandes incêndios ao longo dos séculos e hoje é uma praça turística bastante importante, cercada de lojas de suvenires e cafés (com preços bastante elevados, diga-se). Contemple as fachadas que cercam o espaço e a estátua equestre de Felipe 3º, monarca que governou o país em sua época de ouro.

O Mercado de San Miguel fica colado na plaza Mayor. Ele impressiona por sua arquitetura, mas sua localização central, tão próxima de pontos turísticos importantes, o transforma numa arapuca. Ali, tapas, presuntos e frutos do mar são vendidos nas barraquinhas por preços bem acima da média, convivendo com invenciones como comida japonesa e mexicana para as quais os locais torcem o nariz. E o afluxo de gente naqueles corredores é tão grande que torna a experiência de comer ali pouco agradável.

O melhor é continuar seguindo pela calle Mayor em direção ao Palácio Real de Madri, que foi residência da família real por muitos séculos e hoje é usado em cerimônias solenes. O prédio em estilo barroco é precedido por um belo jardim e ladeado pela Catedral de Santa María la Real de la Almudena.

Na praça que separa as duas construções é possível ter uma vista de cima do Campo del Moro, outrora um bosque onde os nobres caçavam, e assistir à troca da guarda, sempre às primeiras quartas-feiras de cada mês.

É possível visitar tanto o palácio, com seus afrescos, aposentos monumentais e candelabros impressionantes quanto a catedral, com ingressos a 43 euros. Já a Galeria das Coleções Reais, ali ao lado, abriga obras que pertencem ou pertenceram à Coroa espanhola: há tapeçarias, armaduras, carruagens e retratos, muitos retratos, das dinastias que ocuparam o trono, o que dá boa dimensão da história do país. Os tíquetes custam 20 euros.

Hora de rumar para a Gran Vía, a avenida principal que corta Madri. Ela foi aberta no começo do século 20 para conectar melhor a cidade. Ela é dominada por edifícios portentosos, alguns mais afrancesados, outros em estilo neobarroco ou neorrenascentista.

A via liga a plaza de España —não muito longe, aliás, da livraria Ocho Y Medio, especializada em cinema— até a calle Alcalá, onde fica o prédio mais famoso da avenida, o Metrópólis, com sua cúpula dourada erguida em 1911.

Ao longo da Gran Vía há diversos teatros, lojas de departamento e hotéis. A melhor pedida é terminar o dia em uma de suas várias azoteas, que é como oes espanhóis chamam as coberturas hoje dominadas por bares. É comum ver o pessoal tomando um tinto de verano, mistura gelada de vinho e refrigerante, ou um vermute enquanto o Sol se põe por trás dos belos telhados de Madri.

Dia 2

Hora de mergulhar na cultura. Madri abriga um número impressionante de museus que a põe praticamente em pé de igualdade com Londres, Paris, Berlim e Roma. As três principais instituições do gênero são o Prado, o Reina Sofia e o Thyssen-Bornemisza.

Os três estão enfileirados no mesmo eixo, o que permite que sejam visitados num mesmo dia, todos a pé. Mas vale o aviso: eles são imensos, então a dica é fazer um sobrevoo ou deixar um deles para outra ocasião.

O Museu do Prado é o principal da cidade e uma das atrações mais visitadas de todo o país. O que significa que atrai multidões, embora nem tão grandes como as do Louvre, por exemplo. No fim do século 18, a realeza mandou construir um prédio majestoso para abrigar um acervo de ciências naturais capaz de fazer frente a qualquer grande capital europeia. Foi só muitas décadas mais tarde que virou um museu de arte, abrigando uma coleção impressionante.

Algumas de suas obras são hits incontornáveis: “As Meninas”, de Velázquez, “O Jardim das Delícias Terrenas”, de Bosch, além das chamadas “Pinturas Negras”, de Goya. Isso sem contar um bom apanhado de pinturas de Rafael, El Greco, Bruegel, Dürer, Botticelli, Rembrandt e por aí vai. As entradas custam a partir de 18 euros, mas é possível visitá-lo de graça todos dias, a partir das 18h —só que a multidão será ainda maior, e as filas imensas.

O foco do Reina Sofia é arte moderna e contemporânea. Tem telas e esculturas da época das vanguardas europeias –futurismo, dadaísmo, cubismo e surrealismo—, com medalhões locais como Salvador Dalí e Pablo Picasso.

É lá que fica “Guernica“, o impressionante e sombrio painel que este último pintou sobre o bombardeio da cidade basca pelas forças nazistas, aliadas do ditador Franco. Das obras contemporâneas do museu, é possível conferir trabalhos de gente com Cindy Sherman, David Wojnarowicz e o brasileiro Hudinilson Júnior. Tíquetes saem por 15 euros.

O Thyssen-Bornemisza é o menos espanhol dos três, digamos, e guarda algumas preciosidades de nomes como Van Eyck, Caravaggio, Van Gogh e Hopper. As visitas ali custam 14 euros.

Para terminar o dia, aproveite que está perto do Parque do Retiro e explore seus imensos gramados. O lago, que tem ao fundo o Monumento a Afonso 12 é um excelente fundo para fazer fotos.

Quando cair a noite, caminhe mais um pouco até a Puerta de Alcalá, lugar animado repleto de restaurantes ao ar livre. O Patio de Leones é uma boa pedida para comer algumas tapas e tomar drinques. O estabelecimento também sedia, em seu interior, um show de flamenco bastante autêntico, com música, dança, sapateado e comida por cerca de 30 euros por pessoa.

Dia 3

Tendo visitado as principais atrações de Madri nos dois dias anteriores, a hora agora é de fazer escolhas a depender do perfil do turista. Aqueles que gostam de se perder e flanar sem rumo têm bons bairros a explorar.

No lado sul, La Latina conserva ruelas medievais hoje coalhadas de bares de tapas. É o canto da boemia. Aos domingos sedia uma feira de rua importante, El Rastro, que vende roupas usadas, antiguidades, artesanato, livros e discos. O bairro de Las Letras completa a boemia –o lugar histórico costumava abrigar escritores como Cervantes, Calderón de la Barca, Lope de Vega e Valle-Inclán, e hoje é repleto de bares, livrarias e jardins.

Já ao norte, do outro lado da Gran Vía, há Chueca, o bairro LGBT da cidade —a bandeira do arco-íris colore fachadas, vitrines e até mesmo a estação de metrô local. Já Malasanã é para os descolados: durante os anos 1980 foi cenário da movida madrileña, o movimento cultural que sacudiu a cidade e revelou nomes como o de Pedro Almodóvar, e mantém cafés, lojas moderninhas e uma importante cena noturna.

Ficam para esses lados dois dos melhores mercados de rua para provar tapas —mais frequentados pelos locais e muito menos cheios do que o Mercado de San Miguel. São eles o Mercado de San Antón, mais tradicional, com bancas repletas de frutos do mar, presuntos crus e queijos manchegos, e o Mercado de San Ildefonso, mais moderninho e que tem até DJ na cobertura.

Quem gosta de compras pode se dirigir à loja de departamentos El Corte Inglés do Paseo de la Castellana, que é a principal da cidade. Abriga joalherias, roupas de grife, sapatos, perfumes em seus vários andares, sem contar com um supermercado e um restaurante para provar boa comida espanhola. A loja, aliás, oferece um serviço bem facilitado de cash back e de reembolso de IVA, o que dá uma boa economizada.

Esticando um pouco rumo ao norte chegamos ao Santiago Bernabéu, o estádio do Real Madrid. Há tours para conhecer o templo do esporte a partir de 35 euros, mas também dá para ter uma boa vista do campo sem pagar nada: basta consumir algo na cervejaria Plaza Mahou, ali colada.

Já os aficionados em história podem optar por um dar um pulo na cidade de Toledo, que fica a menos de uma hora do centro de Madri. Para além dos tours guiados, à venda em qualquer quiosque turístico na capital espanhola, é muito fácil tomar uma passagem de ida e volta de ônibus na estação da plaza Elíptica, no sul da cidade —eles saem com boa regularidade e deixam bem no centro histórico. Cada trecho custa cerca de 6 euros.

Tombada pela Unesco, Toledo é uma daquelas típicas cidades medievais, dominadas por muralhas e ruelas tortuosas, mas com uma peculiaridade bem espanhola: guarda não apenas heranças cristãs, mas também heranças dos muçulmanos e dos judeus. Sua catedral do século 13 é um dos mais bem preservados exemplares do estilo gótico que se pode encontrar na Europa, com imensos vitrais e abóbodas.

Não deixe de visitar o Monastério de San Juan de los Reyes, do século 15, com seu pátio de arcadas ricamente adornadas.

Desde junho, São Paulo passou a contar com mais uma ligação com Madri. A companhia aérea Azul inaugurou rotas diretas entre os aeroportos de Viracopos, em Campinas, a 100 km da capital paulista, e Barajas, o principal da capital espanhola.

Tarifas custam a partir de R$ 4.428 (preços para novembro). E a frequência é de quatro voos semanais, ida e volta, com partidas do Brasil às segundas, quartas, sextas e sábados.

A reportagem embarcou no voo inaugural, em meados de junho. Chegar a Viracopos pode ser mais rápido do que ir até o Aeroporto de Guarulhos, mais próximo. Isso porque as rodovias Anhanguera e Bandeirantes, que vão a Campinas, costumam ser menos engarrafadas do que a Dutra e a Ayrton Senna, que levam a Cumbica.

Além de Viracopos, a Azul também opera para a capital espanhola a partir do Recife, com frequência de três voos semanais, sempre às terças, quintas e aos domingos, com retorno às segundas, quartas e sextas. Tarifa a partir de R$ 4.110 (valores para o mês de outubro).

O jornalista viajou a convite da Azul Linhas Aéreas

Fonte Original do Artigo: redir.folha.com.br

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