Lixão de Padre Bernardo: começa retirada do lixo que desmoronou

Lixão de Padre Bernardo: começa retirada do lixo que desmoronou

  • Goiás
  • 21/07/2025
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Começou nesta segunda-feira (21) a retirada do lixo oriundo do desmoronamento ocorrido no lixão da empresa Ouro Verde, em Padre Bernardo, no dia 18 de junho. A operação está sendo executada pelos proprietários do empreendimento, em respeito ao compromisso que ele assumiram ao assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) no dia 11 de julho. Esse serviço tem que terminar até o dia 15 de setembro de 2025.

Estão sendo utilizadas duas escavadeiras hidráulicas, nove caminhões para remoção (sendo que um já é da empresa), um caminhão-pipa, um rolo compactador (para melhoria do acesso e compactação da célula que vai receber o lixo temporariamente) e um trator de esteira. Estima-se que aproximadamente 42 mil metros cúbicos de lixo desmoronaram sobre o leito do córrego.

Todos os recibos de contratação de serviços e de locação de máquinas foram apresentados à Semad no dia 18 de julho, também conforme previa o TAC. A empresa também deu disponibilizou uma empresa com acreditação para fazer o monitoramento da qualidade da água na região. A primeira coleta estava ocorreu na última sexta, em oito pontos. As demais serão semanais, toda sexta. A Semad já realizava análise de água desde o dia seguinte ao desmoronamento, mas o laboratório da pasta não tem tecnologia necessária para fazer um estudo mais aprofundado sobre os metais pesados comumente encontrados no chorume.

Lixo retirado da grota no lixão de Padre Bernardo (Foto: Divulgação/Semad)

O lixo retirado da grota está sendo acondicionado de forma temporária em uma célula dentro da mesma propriedade, devidamente recoberta com uma manta impermeabilizante. A empresa terá que encontrar um aterro sanitário com licença ambiental para receber o lixo de forma definitiva depois que ele secar.

Lixão de Padre Bernardo: 30 dias depois

O desmoronamento de uma pilha de lixo no lixão da empresa Ouro Verde, em Padre Bernardo, completou 30 dias na última sexta-feira (18 de julho). O desastre ambiental resultou na contaminação do córrego Santa Bárbara, usado por agricultores da região. Esse período foi marcado sobretudo pela demora dos proprietários do local na contenção dos danos que eles causaram e pelo esforço do gabinete de crise para preencher essa lacuna.

O desabamento aconteceu por volta das 9h30 do dia 18 de junho. Funcionários haviam notado instabilidade na pilha nas primeiras horas da manhã, o que lhes deu tempo para tirar as máquinas e evacuar a área. Portanto, não houve feridos. Como não houve notificação oficial, a Semad só soube do fato pela imprensa por volta de 15h. O lixão já havia sido autuado oito vezes desde 2016 pelo Governo de Goiás, que tentou fechá-lo sucessivamente. O empreendimento operava apenas graças a uma liminar o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

No dia seguinte, 19 de junho, a secretária de Meio Ambiente de Goiás, Andréa Vulcanis, foi ao local e tomou medidas emergenciais: decretou mais uma vez o embargo do lixão, a apreensão de cinco máquinas que estavam lá estacionadas, solicitou apoio da Polícia Militar para garantir o cumprimento do embargo, exigiu do dono um plano de ação emergencial e instalou um gabinete de crise formado por Semad, ICMBio, prefeitura de Padre Bernardo, Bombeiros e Defesa Civil.

Nas primeiras horas, a empresa não se mexeu. Além de não cumprir com deveres básicos, como o de sinalizar a área do deslizamento, apresentou à Semad planos emergenciais inconsistentes para lidar com o desastre. O gabinete de crise decidiu que não daria mais para esperar: requereu o bloqueio de bens e preparou uma intervenção. O primeiro bloqueio, reivindicado por Semad e Procuradoria Geral do Estado (PGE), resultou na indisponibilidade de R$ 17,1 milhões. Outros dois vieram em seguida, a pedido do Ministério Público Estadual e do Federal.

No dia 24 de junho, a crise se agravou. Surgiu um foco de incêndio no lixo que desmoronou. As chamas começaram a aproximadamente 150 metros do topo do aterro e a cerca de 100 metros do lixo acumulado no fundo do vale. Cerca de 24 horas depois, o fogo foi controlado.

Intervenção

No dia 30 de junho, Vulcanis anunciou que a Semad interviria em face da omissão dos donos do lixão. Ela abriu duas frentes de trabalho: uma em campo, para executar ações que a Ouro Verde deveria ter executado, e uma em escritório, preparando a contratação de máquinas e empresas especializadas.

A equipe de campo iniciou a construção de um acesso à grota pela margem menos íngreme e, em paralelo, começou o isolamento da pilha de 42 mil metros cúbicos de lixo e o bombeamento da água do córrego por cima da massa de resíduos, para fazer com que a contaminação cessasse. Para o bombeamento, são usadas duas motobombas que juntas têm capacidade de 200 metros cúbicos por hora.

A prefeitura visitou famílias que vivem na região e providenciou a distribuição de água por meio de caminhões-pipa e galões de 20 litros, além de cestas básicas. A Semad, por sua vez, concluiu a primeira etapa de mensuração dos danos do desastre e aplicou multa de R$ 37,5 milhões.

No dia 4 de julho, o Governo de Goiás começou a usar drones agrícolas cedidos por bombeiros para espalhar inseticida na área do lixão e reduzir a infestação de moscas, tendo em vista que os insetos são vetores de doenças.´No dia 7, o gabinete de crise se reuniu com representantes da empresa na Semad, em Goiânia, e as partes se comprometeram a assinar um TAC em que a Ouro Verde se comprometeria a realizar ações dentro de prazos pré-estabelecidos.

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Fonte Original do Artigo: www.maisgoias.com.br

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