
Inovação em favor da conservação de florestas tropicais – 11/06/2025 – Ambiente
- Ciência e Tecnologia
- 25/06/2025
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Desde o anúncio de Belém como sede da COP30, a amazônia e outras florestas tropicais ocuparam espaço central nos debates sobre financiamento climático. Dentre as iniciativas mais inovadoras, destaca-se o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), um fundo global permanente que propõe um modelo estruturado para assegurar a proteção desse patrimônio fundamental para a regulação do clima e a geração de benefícios socioeconômicos para os povos que ali vivem.
Rompendo a lógica dos financiamentos intermitentes, o TFFF propõe a criação de um mecanismo de sustentação autossuficiente e perene, em que os recursos captados são investidos em ativos de renda fixa, gerando dividendos contínuos aos países e comunidades que mantêm suas florestas tropicais em pé.
A decisão do governo brasileiro de liderar a construção desse mecanismo, e lançá-lo na COP30, coloca o país no centro das discussões sobre soluções inovadoras para conservação florestal. É um protagonismo natural pela experiência já acumulada em outras iniciativas de monetização da floresta em pé, como o REDD+, as concessões florestais sustentáveis e os pagamentos por serviços ambientais (PSA).
O TFFF é mais um passo nesse caminho e é tão estratégico para o financiamento climático que exige a participação da sociedade civil, de comunidades indígenas, de cientistas e entidades ambientais nos processos de diálogo e consulta em curso.
Esse envolvimento é o que vai potencializar o impacto positivo da implementação do TFFF. O fundo prevê, por exemplo, que os recursos cheguem às populações que vivem e dependem das florestas sem burocracias excessivas —o que só se viabiliza com sua integração a outras políticas públicas e mecanismos de mercados sustentáveis.
A conexão entre diferentes iniciativas pode garantir que a conservação florestal ganhe envergadura para se tornar uma estratégia de desenvolvimento, contribuindo para a estruturação de cadeias produtivas sustentáveis, com fortalecimento da rastreabilidade de produtos florestais e criação de alternativas econômicas viáveis à conversão da floresta para outros usos.
Governança e transparência também serão fundamentais, e o TFFF já prevê tanto sistemas de monitoramento, auditoria e participação social, quanto uso de tecnologia de ponta para que os resultados da conservação sejam mensurados em tempo real, fortalecendo a confiança no cumprimento dos compromissos.
Esses são os ingredientes para fazer do TFFF um mecanismo realmente transformador. A iniciativa já tem um site e está promovendo rodadas de diálogos com sociedade civil, populações tradicionais e setor privado. A conservação das florestas não pode ser um compromisso exclusivo dos governos ou do setor privado. Ela precisa vir de um pacto coletivo.
O debate está aberto, e a construção desse caminho será tão importante quanto o destino que queremos alcançar. Agora é o momento de transformar essa oportunidade em uma conquista real para as florestas, seus povos e o futuro do planeta.