
Fernanda Montenegro, Lima Duarte, Laura Cardoso e Ruy de Carvalho desafiam o tempo: ‘O mais importante é…’
- Famosos
- 14/07/2025
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A médica Roberta França comenta à CARAS sobre como manter o corpo e a mente saudáveis, inspirada em celebridades que seguem ativas após os 90
Aos 98 anos, Ruy de Carvalho segue nos palcos. Laura Cardoso, com 97, ainda brilha nos festivais de cinema. Lima Duarte, aos 95, participa da série Pablo e Luisão; e Fernanda Montenegro, também com 95 anos, estrelou o filme Vitória. Esses ícones da arte mostram que longevidade não é sinônimo de inatividade. Pelo contrário: são exemplos vivos de que é possível envelhecer com saúde, lucidez e, principalmente, propósito.
Em entrevista para a CARAS Brasil, a geriatra Roberta França analisa o impacto de hábitos saudáveis e da vida profissional ativa mesmo após os 90 anos: “Esses artistas enfrentam desafios diários, decoram textos, atuam, gravam. Mostram que o envelhecimento mudou completamente de formato. Aquela visão antiga e ultrapassada sobre envelhecer já não se sustenta”, destaca a médica.
Estilo de vida importa e muito
Segundo Roberta França, envelhecer bem depende de uma série de escolhas conscientes ao longo da vida: “Não existe uma receita de bolo, mas sabemos que as escolhas conscientes fazem toda a diferença. Cuidar da alimentação, manter um sono de qualidade, que é fundamental para a memória, e praticar atividade física regularmente são pilares essenciais. Quanto melhor o sono, melhor o desempenho da memória; quanto pior, maior o prejuízo.”
A geriatra também reforça que a saúde mental deve ser tratada com a mesma atenção: “A prática constante de exercícios ajuda a manter a autonomia e a capacidade de realizar as atividades do dia a dia com independência. Além disso, é fundamental cuidar da mente e da alma: cultivar bons hábitos, manter vínculos com pessoas queridas, evitar o isolamento, buscar uma rede de apoio significativa e se desafiar com novos aprendizados. Tudo isso mantém a mente ativa e aberta a novas possibilidades, independentemente da idade.”
Trabalhar faz bem?
Quando o assunto é continuar trabalhando depois dos 60, ou até mesmo dos 90 anos, a resposta da especialista é direta: sim, pode ser muito benéfico, desde que faça sentido para quem realiza.
“A atividade profissional é sempre muito bem-vinda, desde que faça sentido para quem a realiza. Algumas pessoas sonham com a aposentadoria para poder viajar, curtir a família, os netos, os amigos. Mas, para a maioria, manter-se ativo profissionalmente é algo muito positivo e produtivo”, avalia a médica.
No entanto, segundo ela, muitas vezes a realidade da aposentadoria não é o que se imaginava: “Há quem espere ansiosamente pela aposentadoria, mas após um mês, um mês e meio, começa a se sentir deslocado, sem propósito. Surge a pergunta: ‘O que vou fazer com tantos anos pela frente sem uma ocupação que me traga sentido?’”
A alternativa, segundo Roberta, é explorar novos caminhos, mesmo em idade avançada: “Mesmo que a antiga profissão não continue, é possível começar uma nova atividade, aprender um ofício diferente, recomeçar ou empreender. O mais importante é manter-se em movimento e com a mente ativa, pois isso contribui para mais autonomia e qualidade de vida.”
E a médica finaliza com um alerta que não deixa espaço para dúvidas: “Sempre digo aos meus pacientes: ‘Cabeça vazia é oficina do diabo e, hoje em dia, o nome do diabo é Alzheimer.’ Por isso, cuidar da mente é essencial para não esquecer quem somos e para viver bem em qualquer fase da vida.”
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