
Demissões de aposentados na Comurg começam a partir do dia 10
- Goiás
- 04/07/2025
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COLUNA DO DOMINGOS KETELBEY
O cronograma a que a coluna teve acesso e publicadas nas redes sociais da empresa, com direito a calendário e palavras de gratidão
Fachada da Comurg que busca reestruturar o cargo (Foto: Divulgação)
A tesoura vai começar a passar pela Comurg a partir do dia 10 de julho. A empresa de urbanização de Goiânia começa a demitir 671 servidores, já aposentados que continuavam nos quadros da companhia como se ainda estivessem na ativa, conforme havia noticiado esta coluna. A medida é parte do plano de reestruturação da gestão Sandro Mabel, que tenta arrumar a casa e fazer sobrar algum fôlego no caixa.
O cronograma a que a coluna teve acesso e publicadas nas redes sociais da empresa, com direito a calendário e palavras de gratidão. “Diante do processo de renovação e de reestruturação em curso, a Comurg se vê na decisão díficil de abrir mão de servidores que tanto se dedicaram à cidade”, salienta um trecho do documento.
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No comunicado, a presidência da Comurg reconhece o esforço dos veteranos, mas deixa claro que o novo ciclo exige cortes. E que os direitos trabalhistas serão pagos, inclusive o FGTS em atraso desde 2022, cujo pagamento começou no último dia 26.
Depois do dia 10, virão o acerto das verbas rescisórias, marcado para o dia 18, e as homologações junto ao sindicato, no dia 21. Um processo que tenta amenizar os impactos de uma decisão dura, porém inevitável.
A economia projetada é de R$ 48 milhões por ano. Dinheiro que hoje sustenta vínculos ultrapassados e pressiona a folha de pagamento. A promessa é de enxugar a máquina e tornar a Comurg superavitária. Por enquanto, o plano tem se traduzido em cortes: o número de comissionados caiu 79% desde dezembro, e gratificações também foram extintas.
Nos bastidores, a avaliação é que a Comurg virou símbolo do desafio de governar Goiânia sem ceder ao inchaço administrativo herdado. A gestão, capitaneada pelo prefeito Sandro Mabel (UB), tenta mostrar pulso firme, mas não deixa de caminhar sobre um campo minado. A empresa tem histórico de instabilidade e chegou a ser alvo de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) pela Câmara na gestão Rogério Cruz (SD). Recentemente, foi alvo do Ministério Público em uma apuração que investiga supersalários na companhia.