Debate para a Prefeitura de SP é marcado por acusações e agressão; saiba como foi

Debate para a Prefeitura de SP é marcado por acusações e agressão; saiba como foi

O debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pela TV Cultura no domingo (16) foi marcado por acusações e agressão.

José Luiz Datena (PSDB) atacou Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeira e acabou sendo expulso do evento. Posteriormente, o candidato do PRTB foi encaminhado para o Hospital Sírio Libanês.

Um boletim de ocorrência foi feito para registrar o caso na Polícia Civil. A campanha de Marçal ainda diz que vai entrar com uma representação na Justiça Eleitoral.

Além dos dois, participaram do encontro o atual prefeito que tenta a reeleição, Ricardo Nunes (MDB), e os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).

No primeiro bloco, os candidatos responderam a perguntas sobre temas específicos feitas pelo mediador do debate, Leão Serva. A ordem foi a seguinte:

  • Tabata – Habitação: a principal aposta da candidata é o modelo de locação social, o Prefia, uma plataforma em que a prefeitura paga uma parte do aluguel. “É a gente olhar para essa população de baixa renda que hoje não consegue acessar imóveis que estão nas regiões mais centrais, e olhar para esses imóveis que hoje estão vazios, abandonados”.
  • Datena – Mobilidade: o tucano afirma que é preciso tirar membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) de dentro do transporte público. “Se não tirar bandido de dentro dos nosso ônibus, você não resolve mais nada.” Ainda disse que a tarifa zero nos ônibus, que acontece aos domingos, não é suficiente, por não servir à periferia. “A gente quer tarifa zero para gente mais pobre e o ano inteiro.”
  • Marina Helena – Segurança Pública: para a candidata do Novo, “não dá para eleger aqueles que não querem que a polícia seja armada, não dá para eleger aqueles que são contra a redução da maioridade penal ou contra o fim da saidinha”. Sua proposta para o tema é triplicar o investimento em segurança para, com isso, dobrar o efetivo da Guarda Civil Municipal “e ter certeza que a gente vai ter uma guarda bem treinada e também que ela use câmeras para sua própria segurança”.
  • Boulos – Educação: para o candidato do PSOL, não é possível aceitar que São Paulo, a maior cidade da América Latina “está hoje em 21º lugar na alfabetização na idade certa. Ter caído no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), está atrás de Palmas, de Teresina, cidades com muito menos recurso”. E citou que quer fazer uma revolução na educação, a partir da valorização dos professores e cuidado com os alunos durante o período de aula, com psicologos em todas as escolas.
  • Nunes – Saúde Pública: o candidato relembrou que a cidade passou de três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em 2016, para 30 em 2024. “Vou inaugurar mais três esse ano aqui, não eu inaugurar, porque a legislação não permite, mas será inaugurada”. “E já estou construindo para inaugurar mais oito ano que vem. No próximo mandato serão mais 12 UPAs na cidade de São Paulo”.
  • Marçal – Urbanismo: o candidato do PRTB disse que a cidade não foi pensada para ser do tamanho que é. “Nós precisamos continuar plantando árvores nessa cidade, nós precisamos de alguém que queira limpar centenas de mananciais e não estão fazendo isso. Todas as favelas que eu pisei o pé eu tive uma detecção nesses lugares: essas favelas têm esgoto a céu aberto”.

Na sequência, os candidatos passaram a fazer perguntas um para o outro.

Datena se recusa a perguntar para Marçal, que rebate com acusações

Datena se recusou a perguntar para Marçal, por ele fazer cortes paras redes sociais. “Porque ele até agora subverteu toda perspectiva desses debates, transformando em mero programa de internet dele, onde ele mesmo diz que ganha milhões.

Em sua resposta, Marçal acusou Datena de assédio sexual a uma ex-funcionária da TV Bandeirantes.

“Os playboys da cidade de São Paulo não sabem o que eu vou falar agora, mas quem é da quebrada sabe. ‘Homem é homem, mulher é mulher, estuprador é diferente, né?’ Tem alguém aqui que é ‘jack’ [apelido de estuprador]. Que está aqui tirando onda, apoiando censura, mas é alguém que responde por assédio sexual. E essa pessoa ‘dá pena’”, acusou Marçal.

Segundo Datena, foi uma acusação que a polícia não viu provas nenhuma, nem investigou. Ministério Público arquivou o processo.

De acordo com o apresentador, a pessoa que apresentou a acusação “se retratou publicamente em cartório, pediu desculpas para mim e para minha família”. “Acho que ser acusado de um crime desse é terrível. Ela pagou uma transação penal”, concluiu.

Marina Helena pergunta se Marçal é a favor de impeachment de Moraes

Marçal direcionou sua pergunta para Marina Helena e pediu para ela compartilhar o resultado de investigações que havia feito contra Nunes.

Em sua resposta, Marina disse que Marçal não fez uma pergunta diretamente para ela, e lhe devolveu a palavra com um questionamento.

“Eu fui a primeira a te defender quando caíram suas redes sociais, porque eu sou contra a censura de todo o tipo. Nessa manifestação do 7 de Setembro, eu fiquei com uma grande dúvida: Afinal de contas, Marçal, você é a favor do impeachment do Alexandre de Moraes?”, perguntou Marina em referência ao protesto da Avenida Paulista, que entre outras pautas, foi direcionado para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

O candidato do PRTB disse que em suas redes sociais havia postado vídeos com o senador Cleitinho (Republicanos-MG), de que estava faltando cinco assinaturas para um pedido de impeachment do ministro.

“Se eu tivesse ‘rabo preso’ com isso, eu não tinha colocado. Postei um vídeo inclusive hoje, pode entrar aí agora, se eu tivesse eu não postaria”, prosseguiu.

Fidelidade partidária de Datena

Marina Helena questionou Datena sobre a promessa não cumprida de ser vice na chapa de Tabata Amaral, sobre suas trocas de partido e as desistências anteriores que teve nas eleições. “Ninguém quer um prefeito que depois de dois anos vai sumir para outro cargo. Será que a prefeitura deveria confiar em você, Datena?”

O tucano, por sua vez não quer “voto sequestrado” e quem quiser votar nele, vai votar “porque acredita em mim”.

E que esteve em vários partidos porque “em várias eleições os eleitores mudam de candidatos de outros partidos por deixar de confiar em determinados partidos”.

E que foi filiado por 23 anos no PT, porque enquanto o partido “se manteve da linha que achava que tinha que se manter, eu fiquei lá 23 anos filiado a ele. Depois procurei outros partidos como alternativa democrática para concorrer e fui traído no meio do caminho”.

Boulos pergunta se Nunes deixaria parente internado em hospital sem equipamentos

Nunes questinou Boulos sobre uma proposta do Marçal e pediu um comentário do candidato do PSOL um ônibus da “maconha e do crack” em que ele colocaria ônibus com ar condicionado rodando pela cidade. “Era importante que o Guilherme Boulos que defende a liberação de drogas pudesse fazer um comentário sobre esse tema”, afirmou Nunes.

Boulos disse que Nunes era confuso e não comentou a questão. Ele passou a citar a saúde e disse que a Unidade de Pronto Atendimento (UTI) do Hospital do Campo Limpo, na zona sul, completou dois meses com ar condicionado quebrado e questionou: “Você deixaria um familiar seu nessas condições?”

O prefeito disse que Boulos tem dificuldade, já escreveu artigo e “tem vários vídeos dele defendendo a liberação de drogas”. Sobre a saúde, disse que foi o líder do Executivo que levou para R$ 20 bilhões o orçamento para a área.

Tabata questiona Nunes sobre queimadas

A candidata do PSB, Tabata Amaral, questionou Nunes sobre as queimadas que atingem o estado desde o último mês e as consequências que os eventos climáticos trouxeram para a cidade.

“São Paulo está há uma semana com ar mais poluído do mundo. E nesse meio tempo, eu não lhe vi. Onde estava o prefeito que não cobrou o governador e o presidente da República? Onde estava o prefeito que não procurou os prefeitos do interior para cobrar e oferecer ajuda? Onde estava o prefeito, que não deu nenhuma orientação? Maior cidade da América Latina, por que o prefeito não se mexe?”, questionou a candidata.

Em sua resposta, Nunes disse que ela não estava acompanhando as ações da prefeitura.

“Eu criei um comitê de crise, nós liberamos valores para escolas comprarem umidificadores. Fizemos todas as orientações para as pessoas com vários folhetos, vários informativos para as pessoas poderem se cuidar, e trabalho com o governador, inclusive reuniões pessoais. Foram três reuniões com o governador Tarcísio [de Freitas]”, explicou Nunes.

“Estamos vivendo um problema de aquecimento global, isso não é só em São Paulo, é no Brasil inteiro, no mundo, e você sabe bem disso. O que tem de positivo é que eu estou fazendo várias ações para fazer a nossa resiliência com relação às mudanças climáticas”, prosseguiu.

Boulos pergunta para Tabata sobre a violência contra a mulher

À Tabata, Boulos disse que a cidade de São Paulo vice um problema crônico de violência contra a mulher e perguntou a proposta da candidata para o tema.

Para Tabata, o aumento dos casos tem relação com a escuridão das ruas que torna o ambiente perigoso para as mulheres, principalmente com casos de estupro.

“O que a gente tem que fazer, ouvindo as pessoas, usando tecnologia mapear quais são esssas áreas que o crime sempre acontece. a gente sabe, no nosso bairro sempre tem aquele ponto mais perigoso, esses pontos têm que receber câmeras e policiamente reforçado. A gente precisa fazer uma reviravolta na zeladoria dessa cidade”, afirmou a candidata do PSB.

Confusão entre Datena e Marçal

O quarto bloco foi marcado por uma confusão entre Datena e Marçal.

Marçal havia questionado Datena sobre quando ele desistiria do pleito. O apresentador, por sua vez, não respondeu à pergunta e disse que não perdoaria o empresário pela acusação de assédio sexual que ele havia feito anteriormente.

Com isso, o candidato do PRTB disse: “O Brasil quer saber, São Paulo quer saber [quando ele iria desistir]. Você é um ‘arregão’. Atravessou o debate esses dias para me dar um tapa, que você queria ter feito. Você não é homem nem para fazer isso”.

Posteriormente, Datena pegou uma cadeira, se dirigiu até Marçal, o agrediu e lhe xingou: “Seu filho da p…”.

O mediador, Leão Serva, chamou rapidamente os comerciais. Na volta do programa, o mediador anunciou que Datena foi expulso por infringir as regras.

Já Marçal, se retirou e foi encaminhado para o Hospital Sírio Libanês, segundo sua assessoria. Ele saiu do teatro, na região da Faria Lima, com a mão no peito.

O debate continuou com os demais candidatos: Nunes, Boulos, Tabata e Marina Helena.

Datena diz que Marçal “mereceu o que aconteceu”

Na saída, Datena disse que a cadeirada foi uma resposta às provocações feitas por Marçal.

“Eu achei que devia uma satisfação a minha ela (minha sogra) por ter sido acusado por um canalha desses que não tem medo. Eu simplesmente não me aguentei e minha sogra é uma segunda mãe, eu acho que esse cara merecia uma verdade, uma reprimenda, não sei se desse jeito… mas alguma coisa parecida. Ele é um covarde e mereceu o que aconteceu”, disse.

Entretanto, ele se contradisse. Em outro momento, também depois de deixar o debate, ele disse que  jamais cometeria o ataque e que dava sua palavra de honra “a partir do momento que eu me senti agredido ali eu vi a figura da minha sogra que repito morreu por causa disso”.

Ele diz que perdeu a cabeça e que foi uma “reação humana”, que sua atitude foi errada “mas fazer o que, já foi”.

“Essa foi uma reação humana que eu não pude conter que aconteceu”, afirmou.

Ainda declarou que pretende se manter candidato “até o fim”.

No início do mês, os dois candidatos também se envolveram em uma confusão. No debate da TV Gazeta, em 1º de Setembro, Datena saiu do púlpito onde estava posicionado e foi em direção a Marçal para tirar satisfação, mas a ação foi barrada pela mediadora.

Após o episódio, Datena disse que Marçal ligou para “marcar um café” e “fazer as pazes”. O tucano disse à imprensa que recusou o convite e que até “estranhou a ação”.

Reações dos participantes do debate após a agressão

Para Nunes, foi um dia triste para a democracia o ataque de Datena a Marçal.

“É até difícil assumir isso, mas, eu queria que até vocês, porque é uma escalada de uma forma de agira pra fazer corte sem disctir a cidadea e infelizmente aocntece aqui durante este debate este episódio qui até hoje, é uma escalada de agir, pra fazer corte e infelizmente acontece aqui este episodio durante o debate que é triste pra nossa cidade e que é triste pra nossa democracia”, afirmou o prefeito.

Boulos afirmou que nada justifica a violência. “É preciso dizer, justiça seja feita, que o Pablo Marçal provocou o datena, fora dos microfones durante vários momentos do debate”, citou o candidato do PSOL.

“Agora, nada justifica a violência, datena acabou perdendo o controle por isso e nós tivemos um episódio muito triste e lamentável, que niguém gostaria de ver”, prosseguiu.

Marina Helena, por sua vez, declarou que a agressão tirou a atenção do eleitor do foco do debate.

“A gente achou que já tinha visto tudo nos debates de são paulo, nos últims debates, mas nao, teve mais coisa ainda e o que é pior, mesmo com tudo o que aocnyteceu, a fervura do debate continuaou alto com os canddatos ali se acusando, então é muito truiste, eu vejo que anssa cidade precisa de tanta coisa e agente vê esse tipo de resposta”, explicou a candidata do Novo.

Tabata expressou que as regras do debate já eram restritivas, mas que nem isso foi capaz de evitar os episódios de provocações e violência.

“Eu tenho dificuldade em entender qual vai ser o próximo entendimento? É não ter objeto pontiagudo, é a gente não poder acessar um ao outro? Eu acho que a gente tem que colocar um limite, um lmite não vai ser com regras mais rígidas. Porque se a pessoa não consegue se portar ao lado de um adversario, essa pessoa não pode ser considerada pra ser prefeito de São Paulo”, afirmou a candidata do PSB.

Outros candidatos

Outros quatro candidatos não foram convidados para o evento por não terem representação mínima no Congresso:

  • Altino Prazeres Júnior (PSTU);
  • Bebetto Haddad (DC);
  • João Pimenta (PCO);
  • e Ricardo Senese (UP).

O partido de Marçal também não possui representação mínima no Congresso, mas ele vem participando dos debates devido ao seu desempenho nas pesquisas.

O Novo, de Marina Helena, também não tem o número mínimo de parlamentares, mas ela participou do encontro deste domingo.

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Fonte Original do Artigo: www.cnnbrasil.com.br

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