
Comitê Olímpico dos EUA proíbe mulheres transgênero – 22/07/2025 – Esporte
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- 22/07/2025
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O Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC, na sigla em inglês) alterou suas regras de elegibilidade para proibir mulheres transgênero de competir em esportes olímpicos femininos. Em publicação em seu site, a entidade afirmou que cumprirá o decreto do presidente Donald Trump sobre o assunto.
A nova política, expressa em um parágrafo curto e vagamente formulado, está inserida na categoria “Política de Segurança de Atletas do USOPC” e não inclui detalhes de como a proibição funcionará. A nova política também não inclui a palavra “transgênero” ou o título da ordem executiva de Trump, “Mantendo Homens Fora dos Esportes Femininos”, referindo-se a ela apenas como “Ordem Executiva 14201”.
Trump assinou a ordem executiva em 5 de fevereiro.
Segundo vários executivos de esportes do movimento olímpico, os órgãos nacionais de federações esportivas nos Estados Unidos —que supervisionam eventos esportivos para todas as idades, desde competições juvenis até de másteres— agora devem seguir a orientação do USOPC.
O USOPC reconheceu nesta terça-feira (22) que sua política mudou. Em um comunicado por email, o comitê disse que realizou “uma série de conversas respeitosas e construtivas com autoridades federais” desde que a ordem executiva foi assinada.
“Como uma organização federalmente constituída, temos a obrigação de cumprir as expectativas federais”, diz o comunicado, acrescentando que o comitê trabalhará com os órgãos nacionais para implementar a nova política.
A USA Fencing (federação de esgrima) publicou uma nova política para atletas transgênero na sexta-feira, que entrará em vigor em 1º de agosto. Essas novas regras ainda permitem que mulheres transgênero compitam, mas apenas na categoria masculina. A política diz que atletas não-binários, homens transgênero e atletas intersexo também serão limitados a competir na categoria masculina.
O USOPC afirmou em sua nova política que está “comprometido em proteger oportunidades para atletas participando no esporte”. Disse também que trabalhará com o COI (Comitê Olímpico Internacional), o CPI (Comitê Paralímpico Internacional) e os órgãos nacionais de cada esporte olímpico “para garantir que as mulheres tenham um ambiente de competição justo e seguro consistente com a Ordem Executiva 14201 e a Lei Ted Stevens de Esportes Olímpicos e Amadores”.
O comitê não havia anunciado planos para cumprir a ordem de Trump. Antes da publicação da nova política, havia se mantido afastado do assunto. Em vez disso, havia delegado decisões sobre a elegibilidade de atletas transgênero aos órgãos nacionais de cada esporte. O comitê olímpico norte-americano tem 54 organizações membros, de acordo com seu site.
Antes de segunda-feira, a política transgênero do comitê afirmava que o grupo estava contando com “dados reais e evidências baseadas em ciência em vez de ideologia”. “Isso significa tomar decisões baseadas em ciência, esporte por esporte e disciplina por disciplina, tanto nos movimentos olímpicos quanto paralímpicos”, dizia a política anterior.
O COI tem lidado há anos com a questão de atletas transgênero e intersexo nos esportes, criando várias regras em vários momentos, incluindo testes de sexo, em um esforço para equilibrar justiça com inclusão. Sua política atual permite que cada federação esportiva internacional —como a World Athletics, do atletismo, ou a Federação Internacional de Ciclismo, por exemplo— determine se, e como, atletas transgênero podem competir em eventos sancionados em nível internacional.
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