
Cantor atacado e morto no Bosque dos Buritis aprendeu o amor pela música com os pais
- Goiás
- 28/07/2025
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Bruno Gama Duarte, de 36 anos, morto a facadas no domingo (27) durante uma briga no Bosque dos Buritis, no Setor Oeste, em Goiânia, aprendeu a cultivar o amor pela música com os pais. Ele era cantor e estudante de música. Em vídeo publicado nas redes sociais, ele diz que é filho do José e da Wilsomar. “Eles que me ensinaram a cultivar esse amor pela música.”
“Minha mãe canta. Meu pai toca violão. E eles são músicos ao modo deles. Mas são músicos. E acho que daí eu começo a permear e construir minhas relações afetivas, por meio da música. Desde o ventre da minha mãe, ouvia Sultans of Swing do Dire Straits”, emenda. Ainda na gravação, Bruno afirma que, quando estava com um amigo, queria tocar com ele e, quando estava apaixonado, queria compor para ela.
“Isso começou a ganhar mais força na adolescência. O primeiro evento em que me envolvi foi em uma igreja neopentecostal, no Cidade Jardim, e tinha uma bandinha de grunge, que só fazia cover de Nirvana. O Igor [colega de banda] tinha um amigo, cujo pai era pastor, e ele foi viajar. Ele disse que estava com a igreja vazia (…) e chamei algumas bandas para tocar.”
Para ele, trabalhar com música era uma forma de demonstrar os sentimentos. “Eu não trabalho com música para puramente me sustentar. É para naquele instante, naquela magia da música, de algum modo consagrar e eternizar o amor que eu tenho pelas pessoas que divido aquele momento e reviver aquele sentimento que tenho. É um barato trabalhar com música. Você pode estar triste e demonstrar tristeza, estar alegre e demonstrar alegria. Mas quem só pensa em dinheiro não tem essa vantagem.”
Morte do cantor
A confusão que ocasionou a morte de Bruno Gama aconteceu durante a madrugada de domingo. O suspeito do crime ainda não foi localizado. Em entrevista ao Mais Goiás, o primo de Bruno, Wellington Elias Antunes, falou sobre a personalidade e a vida do músico. “Bruno era uma pessoa extrovertida, alegre, que gostava muito de música. Começou a cursar Direito, mas a paixão pela música falou mais alto, e ele passou a fazer faculdade de música. Já estava concluindo o curso — o projeto do TCC, inclusive quando entramos no quarto dele, estava aberto no notebook.”
Wellington também destacou o cuidado de Bruno com a família, “Ele auxiliava muito, cuidava dos pais, era filho único, e a família está dilacerada, o coração do pai está desesperado. Eles eram parceiros, tocavam violão juntos, e a dedicação dele à família era enorme.”
Sobre a motivação do crime, o primo disse que a polícia já descartou envolvimento com drogas ou outros problemas. “A polícia pediu para entrar no quarto dele, com autorização do pai, buscando indícios, mas descartaram qualquer envolvimento com drogas ou situações parecidas. Na quinta e sexta-feira, Bruno estava trabalhando em projetos médicos e musicais. Não era músico profissional, mas tinha vários projetos e parcerias.”
Tinha muitos amigos
Ele ressaltou que Bruno era muito querido, “Era uma pessoa com muitos amigos, a família não sabe de nenhum inimigo ou ameaça que pudesse justificar isso. Estamos confiantes no trabalho da polícia, que tem sido excepcional e dedicado, e esperamos que o caso seja esclarecido o quanto antes.”
O corpo de Bruno já foi velado e sepultado ainda no domingo (27). O primo informou que a despedida durou cerca de 30 minutos, devido ao estado do corpo e à demora na liberação, causada principalmente pelo número de perfurações e feridas. Para a família, a espera pela liberação do corpo pelo Instituto Médico Legal se estendeu por quase 24 horas, tornando o momento ainda mais difícil para a família.
Discussão antecedeu homicídio
Testemunhas relataram que Bruno e o suspeito discutiram em voz alta do lado de fora do parque, em uma conversa que parecia bastante acalorada. Logo depois, Bruno foi visto correndo para dentro do parque, onde caiu ferido pouco tempo depois. O assassino teria fugido em um carro preto logo após o ataque.
Após o ataque, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas, quando a equipe chegou, Bruno já estava sem vida. A Guarda Civil Metropolitana também esteve no local. A vítima não tinha passagens pela polícia.
A Polícia Civil assumiu a investigação e trabalha para identificar o autor e esclarecer a motivação do crime. O celular e a carteira de Bruno, que ainda tinha dinheiro, não foram levados.
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