Câmara aprova proposta que proíbe escolas de recusar matrículas

Câmara aprova proposta que proíbe escolas de recusar matrículas

  • Brasil
  • 11/02/2025
  • No Comment
  • 23

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na tarde desta terça-feira (11), o Projeto de Lei 9133/2017, que estabelece sanções para escolas que recusarem a matrícula de alunos em todos os níveis e modalidades de ensino, sem que haja justificativa formal. O foco da medida é impedir a recusa reiterada de escolas particulares em acolher matrículas de crianças e jovens, especialmente de pessoas com deficiência.

As penalidades previstas incluem desde advertência até a suspensão do credenciamento das escolas privadas junto ao Poder Público, o que pode impedir o seu funcionamento regular.

“As denúncias que chegam é que estabelecimentos de ensino, alguns, não são todos, negam a matrícula pelo fato da criança ser criança com deficiência. Negam a matrícula porque a criança pertence a um grupo cultural, e a escola exclui. Crianças com autismo estão sendo discriminadas na escola. O projeto é óbvio. Se a escola justifica porque nega a matrícula, está resolvido o problema, não tem penalidade”, explicou o deputado federal Helder Salomão (PT-MG), autor da proposta.

Na votação, o projeto recebeu o apoio de 297 parlamentares, contra 107 contrários, e seguirá agora para o Senado, que também precisa aprová-lo para que se torne uma lei federal.

Durante o debate em plenário, deputados de oposição se manifestaram contra a iniciativa, alegando que ela era muito abrangente e poderia impedir que a escola recusasse matrícula de alunos de pais inadimplentes com as mensalidades, por exemplo.

“O projeto deveria restringir-se somente a crianças com deficiência. O projeto atual fala simplesmente sobre a negação de matrícula e fazendo com que haja uma punição. Isso vai impactar as escolas privadas, chama-se interferência na livre iniciativa. É direito da escola, desse proprietário, não querer essa matrícula para um pai que tem o costume de ser inadimplente”, argumentou o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ).

Para a maioria dos deputados, no entanto, o projeto de lei garante um direito fundamental de acesso à educação, independente da instituição de ensino ser pública ou privada.

“Em uma escola pública, nem se discute, negar uma matrícula é algo inaceitável, não podemos admitir em hipótese alguma. Mas, e na escola privada, podemos aceitar? Não. Por quê? A escola privada nada mais é do que uma concessão pública, com regras claras”, observou o deputado Domingos Sávio (PL-MG).

“Estamos protegendo exatamente as pessoas com deficiência, com autismo, que são vítimas hoje da matrícula escolar. Estamos dando a opção da recusa justificada”, ponderou a deputada federal Gisela Simona (União-MT).

Fonte Original do Artigo: agenciabrasil.ebc.com.br

Postagens Relacionadas

O que significa, para a Psicologia, andar com as mãos no bolso?

O que significa, para a Psicologia, andar com as…

Andar com as mãos nos bolsos é um gesto aparentemente simples, mas que pode revelar pistas sobre o estado emocional e…
Vídeo: Bolsonaro nega envolvimento em depredação durante o 8/1

Vídeo: Bolsonaro nega envolvimento em depredação durante o 8/1

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, nesta quinta-feira (20/3), responsabilidade pela depredação de patrimônio público durante os atos antidemocráticos de 8…
Trump afirma que pessoas flagradas vandalizando Teslas podem ser presas por até 20 anos

Trump afirma que pessoas flagradas vandalizando Teslas podem ser…

Presidente dos Estados Unidos se pronunciou sobre os ataques em sua rede social nesta quinta-feira (21). Nesta terça-feira (18), novo ataque…