
Caio Paulista é vítima de racismo em jogo do Atlético-MG – 18/07/2025 – Esporte
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- 18/07/2025
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O lateral-esquerdo Caio Paulista, do Atlético Mineiro, foi vítima de racismo de um torcedor durante confronto na noite de quinta-feira (17) contra o Atlético Bucaramanga, da Colômbia, válido pela ida dos playoffs da Copa Sul-Americana.
Quando os jogadores se encaminhavam para os vestiários para o intervalo da partida no estádio Américo Montanini, em Bucaramanga, um torcedor do time colombiano foi flagrado nas arquibancadas proferindo ofensas racistas em direção ao jogador brasileiro.
“Ainda no local da partida, foi feito o boletim de ocorrência, e o torcedor foi identificado e preso. O Atlético seguirá acompanhando o caso”, disse o Atlético Mineiro em nota.
“Essa situação é revoltante e precisa acabar de uma vez por todas! Até quando teremos que conviver com esse absurdo? Até quando?”, acrescentou o clube.
“Sei que a Conmebol está atenta e vigilante e medidas serão tomadas. Enquanto não houver punições mais severas, que talvez inclua punição maior aos clubes, a gente ainda vai continuar presenciado situações assim”, disse Victor Bagy, diretor de futebol do Atlético.
A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) informou que o caso está sob investigação, etapa prévia à abertura de processo disciplinar.
A falta de punições mais duras da confederação sul-americana para coibir casos de racismo no futebol da região tem sido alvo de críticas de dirigentes.
Em junho, a entidade aplicou multa de US$ 15 mil (R$ 83,6 mil) ao volante paraguaio Damián Bobadilla, do São Paulo, acusado de xenofobia contra Miguel Navarro, do Talleres, em jogo da Copa Libertadores.
O próprio presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, criou polêmica em março ao dizer que a Copa Libertadores sem a presença de clubes brasileiros seria como “o Tarzan sem a Chita”.
As declarações aconteceram durante discurso em que Domínguez criticava o caso de racismo sofrido pelo atacante Luigi, do Palmeiras, em partida pela Libertadores Sub-20 contra o Cerro Porteño, no Paraguai.
A mandatária do clube, Leila Pereira, chegou a cogitar a possibilidade de desfiliação da Conmebol, diante das punições consideradas excessivamente brandas —o Cerro foi punido sendo obrigado a disputar as partidas da Libertadores Sub-20 com os portões fechados, além do pagamento de multa no valor de US$ 50 mil (R$ 278,6 mil).
O próprio Palmeiras já havia sido punido pela Conmebol com multa de US$ 50 mil após torcedor ser flagrado cometendo atos racistas nas arquibancadas do Allianz Parque, em partida contra o Cerro Porteño pela Libertadores.
Domínguez acabou se desculpando pelas falas e, em junho, foi reeleito para um novo mandato. O dirigente paraguaio é presidente da confederação desde 2016 e, com sua reeleição, continuará no cargo até 2029.
A Fifa (Federação Internacional de Futebol) também se posicionou recentemente, impondo penas mais duras contra o racismo no esporte.
O valor mínimo continua de 20 mil francos suíços (aproximadamente R$ 138 mil) e restrição de público, a não ser que isso cause um impacto desproporcional, o que pode reduzir a multa, em caso excepcional, a 1.000 francos suíços (aproximadamente R$ 6.900).
A pena máxima, por outro lado, chega a 5 milhões de francos suíços (aproximadamente R$ 34,6 milhões). Em casos de reincidência, as medidas disciplinares devem ser implementação de um plano, multa, uma ou mais partidas sem espectadores e até mesmo expulsão de uma competição ou rebaixamento.
O jogo de quinta-feira pela Sul-Americana terminou com a vitória do time mineiro por 1 a 0, com gol de Hulk de pênalti, aos 23 minutos do segundo tempo.
A partida da volta acontece na quinta-feira que vem (24), na Arena MRV, em Belo Horizonte. Quem vencer encara o Godoy Cruz pelas oitavas de final.