Bolsonaro e Lula buscam conquistar votos de religiosos, mas Deus não tem nada a ver com isso

Bolsonaro e Lula buscam conquistar votos de religiosos, mas Deus não tem nada a ver com isso

Presidente vai bem entre os evangélicos, segundo pesquisas, enquanto Lula tenta desmentir boatos de que fecharia igrejas se fosse eleito

NELSON ALMEIDA / AFP – EVARISTO SA / AFP
Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva são os candidatos mais cotados para vencer a eleição presidencial no Brasil

Luiz Inácio da Silva diz que a questão religiosa está em moda na campanha eleitoral. Criticando o presidente Bolsonaro no sábado, 20, em comício no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, Lula afirmou que atualmente muitos demônios são chamados de Deus e muita gente honesta está sendo chamada de demônio. Já Bolsonaro, no domingo, 21, foi à missa na Paróquia de Nossa Senhora da Esperança, em Brasília, acompanhado da esposa Michelle, que é evangélica. O padre até pediu que os fiéis aplaudissem o presidente. Lula xinga e esbraveja, mas deseja os votos dos religiosos, está sempre ciscando nessa área. No entanto, não passa pela cabeça de Luiz Inácio da Silva participar de nenhum culto evangélico. Nem pensar. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirma que a disputa é política e não religiosa. Coordenadora da campanha de Lula, Gleisi descarta essa possibilidade, observando que o PT não pensa em fazer campanha dentro dos templos. Lula não participará de cultos nem visitará igreja nenhuma. Para Gleisi, essa é mais uma mentira inventada pelo pessoal do presidente Jair Bolsonaro para criar um clima negativo com as religiões. A presidente do PT cita nominalmente o deputado federal Marco Feliciano (PL) como o disseminador dessa notícia falsa, observando que Lula respeita todas as religiões, tanto que quando foi presidente do país sancionou leis em favor dos evangélicos, como a liberdade religiosa e a que institui a Marcha para Jesus. Lula não pensa em participar de cultos porque isso soaria falso. E diz isso com a cara dura. “Soaria falso”. É para rir ou chorar?

Luiz Inácio da Silva afirma que não é candidato de uma facção religiosa, ao ser questionado na quarta-feira, 17, pela Rádio Super, de Belo Horizonte, sobre a baixa intenção de votos que ele tem entre os evangélicos. Ficou irritado. Então, disse que não é candidato de qualquer facção religiosa, mas do povo brasileiro. “Eu quero tratar evangélico igual a católico, islâmico, judaico”, disse ele, observando que quer tratar todas as religiões com respeito, “inclusive a religião com matriz africana”. Aí pegou mal. Esse “inclusive” as religiões africanas. Lula, o abençoado, afirmou que não deseja uma guerra santa no Brasil e nem quer criar um clima de rivalidade entre as religiões, assinalando que a religião não deve ser usada para fazer política. Evidentemente que o tema se transformou num discurso furioso, desses que ele faz para as plateias amigas, quando deita e rola numa linguagem chula.

E como fica o presidente Bolsonaro nessa parada? O presidente está bem entre os evangélicos. Dizem as pesquisas que ele é o preferido, tanto que de acordo com a última Genial/Quaest, ele abriu 24 pontos sobre Lula. Mas Bolsonaro quer mais no segmento. Tem comparecido a cultos, visita templos, participa de eventos e conversa muito com os pastores, juntamente com sua esposa, a primeira-dama Michele. Sempre faz discursos considerados cristãos. O governo está inclusive preparando uma campanha especial para os evangélicos, lembrando de como eram tratados quando o PT estava no poder. Já o PT prepara uma live com a participação do vice Geraldo Alckmin para desmentir os boatos de que, se eleito, Lula pretende até fechar igrejas. Bem, aí também já é demais. Não dá. Lula tem maioria entre os católicos, quase o dobro das intenções de voto a Bolsonaro, ainda de acordo com as pesquisas eleitorais. Por isso Bolsonaro foi à missa e afirma que vai se aproximar mais do segmento. Para afagar os evangélicos, Bolsonaro determinou que a Receita Federal isentasse as contribuições previdenciárias sobre a remuneração dos pastores. É só um agrado que pode aumentar sua aceitação nas igrejas evangélicas. Se é uma guerra santa ninguém sabe dizer. Mas Lula e Bolsonaro estão trocando palavras nada cordiais em busca de conquistar esse voto dos templos que podem até resolver a eleição. Mas Deus não tem nada com isso. 



Fonte Original do Artigo: jovempan.com.br

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