Bebidas com eletrólitos podem não ser a melhor escolha – 06/02/2025 – Equilíbrio

Durante gerações, o Gatorade e bebidas eletrolíticas similares têm sido ferramentas úteis para atletas que buscam uma vantagem competitiva.

Em 1965, o Robert Cade e uma equipe de cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade da Flórida criaram o Gatorade para ajudar jogadores de futebol americano a combater a exaustão pelo calor e as cãibras musculares durante longos treinos em temperaturas extremas.

A fórmula da bebida, composta por água, sódio, potássio e açúcar, funciona de forma eficaz para manter a hidratação, repondo energia e otimizando a função muscular.

Embora não esteja ligado à Gatorade, como nutricionista e instrutor de nutrição, observei como bebidas eletrolíticas podem ser utilizadas para aumentar a hidratação de pacientes hospitalizados, atletas e até mesmo no dia a dia.

Embora o Gatorade tenha sido uma das primeiras bebidas com eletrólitos fortemente comercializadas, sua fórmula abriu caminho para o surgimento de diversas outras bebidas esportivas disponíveis atualmente. Para uma orientação mais específica, é recomendável consultar um nutricionista.

A importância da hidratação

O corpo humano está constantemente perdendo água através de funções normais, como suor, urina e respiração. Com essa perda, também são excretados eletrólitos essenciais, como sódio e potássio, fundamentais para a função cardíaca e contrações musculares.

Os eletrólitos recebem esse nome por possuírem carga elétrica quando dissolvidos na água. Essa carga permite que eles atuem em reações químicas essenciais, equilibrando os fluidos corporais e a acidez do sangue.

O estresse no corpo pode acelerar a desidratação, seja por esforço físico intenso ou doenças. Se não tratada, a desidratação pode causar tontura, fraqueza e até batimentos cardíacos irregulares. Para evitar essas complicações, é essencial repor líquidos e eletrólitos.

Os principais ingredientes do Gatorade

A água, ingrediente principal da maioria das bebidas esportivas, é essencial para a hidratação. O corpo humano é composto por cerca de 60% de água, e a sede é um sinal de que o organismo já pode estar levemente desidratado.

O sódio, presente na fórmula, atrai a água para a corrente sanguínea, ajudando a manter a pressão arterial estável. Durante treinos intensos ou doenças desidratantes, consumir bebidas com sódio pode ser benéfico.

O potássio é responsável por regular contrações musculares, incluindo os batimentos cardíacos. Sua falta pode causar cãibras musculares e tontura, afetando o desempenho físico e o bem-estar.

O açúcar fornece energia rápida e auxilia na absorção de nutrientes. A fórmula do Gatorade contém glicose e dextrose, açúcares simples que o corpo absorve rapidamente. Durante exercícios prolongados ou condições que aceleram o metabolismo, a reposição de glicose pode evitar fadiga e tontura.

A composição do Gatorade foi desenvolvida para atender às necessidades dos atletas, mas também pode ser usada para manter a hidratação durante doenças que causam perda de eletrólitos, como diarreia e vômito.

No entanto, é importante ter cautela: muitas bebidas esportivas contêm altos níveis de açúcar, formulados para reabastecer energia durante treinos. Em casos de problemas gastrointestinais, esse excesso pode agravar a desidratação ao puxar mais água para o intestino.

Alternativas para hidratação

Se o objetivo for repor eletrólitos sem consumir grandes quantidades de açúcar, opções como bebidas eletrolíticas com baixo teor de açúcar, Pedialyte ou sopas à base de caldo podem ser mais adequadas.

O corpo humano é eficiente no gerenciamento de nutrientes, e, na maioria dos casos, refeições equilibradas e ingestão regular de água são suficientes para manter a hidratação. No entanto, em situações de esforço físico intenso ou doenças, bebidas esportivas podem ser uma ferramenta útil para recuperação.

Se sintomas como tontura, fadiga ou sede persistente surgirem, o corpo pode estar precisando de atenção. Em casos específicos de desidratação, uma bebida esportiva pode ajudar a restabelecer o equilíbrio e melhorar o bem-estar.

Este artigo foi originalmente publicado em The Conversation.