‘Astro Bot’: Jogo para PS5 está à altura da Nintendo – 23/09/2024 – Ilustrada

‘Astro Bot’: Jogo para PS5 está à altura da Nintendo – 23/09/2024 – Ilustrada

Após protagonizar por muito tempo demonstrações técnicas do PlayStation, o robô Astro foi finalmente promovido e ganhou neste mês um jogo de plataforma completo —e um dos melhores do tipo dos últimos anos.

Desenvolvido internamente na divisão de games da Sony, “Astro Bot” agrega o que há de único nas produções da Nintendo, maior referência no gênero, e dá ao PlayStation 5 um título que, embora tenha um escopo menor, é mais memorável do que qualquer outro blockbuster recente da empresa.

Isso porque o estúdio japonês Team Asobi encontra um equilíbrio preciso entre criatividade, bom humor e esmero pela mídia para construir o que talvez seja um dos principais jogos exclusivos de uma geração de videogames que ainda luta para se justificar.

A missão do protagonista é resgatar companheiros de viagem e pedaços de sua nave espacial, atacada por um alienígena e que caiu em um planeta deserto. Tendo a nave o formato de um PS5, as partes são componentes do console, e os colegas são robôs muitas vezes fantasiados de personagens de jogos conhecidos.

Como em “Super Mario Galaxy” do Nintendo Wii, as fases estão dispostas na forma de planetas que, juntos, formam galáxias. Em cada uma dessas etapas o objetivo é lidar com inimigos simples, realizar pulos precisos e desvendar segredos até a linha de chegada. No final de cada galáxia, um chefe precisa ser superado.

Essa premissa mecânica simples exige que o diferencial esteja na trajetória, ou seja, na forma como o jogo vai incentivar o jogador a ir do ponto A ao ponto B. “Astro Bot” faz isso instigando a curiosidade e dando atenção ao cenário e às possibilidades de interação.

Se por um lado o design bem feito das plataformas faz com que o jogador sinta-se conduzido por uma mão invisível, por outro a vontade de querer resgatar todos os robôs —há 300 no jogo inteiro— interrompe essa fluidez para dar lugar a uma agência maior.

A minúcia da construção dos cenários reforça o desejo de explorar, já que praticamente qualquer objeto dá alguma resposta à interação. Plantas, animais, pisos de diferentes materiais e muitos outros pequenos elementos respondem ao movimento de Astro, de forma com que cada planeta funcione como um globo de neve sendo chacoalhado.

É nesse ponto também que se destaca o poder do console. Gráficos verossímeis dão lugar à física de objetos precisa, cenários vibrantes e personagens expressivos. Já o controle DualSense oferece uma responsividade que não era vista, bem, desde “Astro’s Playroom”, o jogo pré-instalado no PS5 que foi precursor deste.

Um bom exemplo disso é que em algumas fases um conjunto de blocos interrompe o caminho. Para descobrir qual deles está solto e liberar a passagem, o jogador deve se aproximar do conjunto e, devagar, sentir através da vibração do controle qual está mais instável e empurrá-lo.

O jogo é repleto dessas pequenas interações que incentivam a experiência do brincar, evidenciando a todo momento o poder específico aos videogames.

Os “power-ups”, poderes especiais, também oferecem novas perspectivas ao transformar a forma de lidar com inimigos, plataformas e o mundo ao redor. Um deles reduz Astro ao tamanho de um rato, permitindo-lhe se infiltrar em pequenas passagens, enquanto outro garante pulos mais longos, entre muitos outros.

Se no “Astro’s Playroom”, de 2020, parte da graça era resgatar a história do hardware do PlayStation desde os anos 1990, desta vez o foco são os jogos que fizeram parte disso.

Em cada fase, além dos Bots comuns, há os especiais que referenciam algum personagem relevante para a marca, de Crash Bandicoot a Joel Miller de “The Last of Us”. E o melhor é que as referências vão além dessas aparições, já que no final de cada galáxia o jogador assume a pele de um deles para entrar em uma fase que imita as mecânicas desses jogos.

A mesma inspiração nos melhores jogos de plataforma 3D que dá a “Astro Bot” a força que tem também mostra algumas limitações no percurso de se tornar uma marca autossuficiente.

O protagonista ainda precisa de uma identidade própria desenvolvida além das referências nas quais se sustenta, e seus movimentos não têm a mesma expressividade vista em “Super Mario 64” e “Super Mario Odyssey”, por exemplo.

Muito mais econômico que os jogos de prestígio da PlayStation, um grande feito do jogo é mostrar que há uma saída mais sustentável para um setor em crise. Além da tentativa persistente de tentar emplacar um “Fortnite” próprio, a exemplo de “Concord”, a situação complicada da empresa também se reflete nos principais lançamentos de jogos blockbuster para o PS5, dominados por sequências ou remasterizações.

Isso faz de “Astro Bot”, para o bem e para o mal, um dos jogos mais originais de uma geração que já existe há quatro anos e ainda não mostrou a que veio.

Fonte Original do Artigo: redir.folha.com.br

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