Américo: Kamala e Trump não deram a devida importância para mudanças climáticas
- Ciência e Tecnologia
- 27/11/2024
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As mudanças climáticas, um tema de extrema relevância global, foram surpreendentemente negligenciadas nos discursos eleitorais tanto de Kamala Harris quanto de Donald Trump, conforme análise do especialista em assuntos internacionais Américo Martins. Esta omissão levanta questionamentos sobre as prioridades dos candidatos em uma das eleições mais acirradas dos Estados Unidos.
Martins enfatiza a importância crucial dos Estados Unidos no debate sobre mudanças climáticas, sendo a maior economia do mundo e um dos principais emissores de gases de efeito estufa. “Os Estados Unidos são fundamentais, absolutamente fundamentais em qualquer debate com mudança climática”, afirma o analista, ressaltando o papel de liderança que o país deveria assumir no combate ao aquecimento global.
Posicionamentos contraditórios dos candidatos
O analista destaca as posturas divergentes dos candidatos em relação ao tema. Trump, descrito como “praticamente um negacionista”, retirou os EUA dos Acordos de Paris durante seu mandato, sendo o único país a abandonar o tratado após sua adesão. Por outro lado, Joe Biden, ao assumir a presidência, prontamente reintegrou o país ao acordo.
Kamala Harris, surpreendentemente, também não deu a devida atenção ao assunto. Martins aponta que a candidata democrata chegou a revisar algumas de suas posições anteriores sobre mudanças climáticas, citando como exemplo sua mudança de postura em relação ao fracking na Pensilvânia, uma prática com significativo impacto ambiental.
Estratégia eleitoral em detrimento do debate climático
A ausência do tema nos discursos é atribuída a uma estratégia eleitoral calculada. Os candidatos parecem evitar o assunto para não alienar eleitores em estados-chave, como a Pensilvânia, onde indústrias com alto impacto ambiental têm peso econômico significativo.
Martins lamenta a perda de uma oportunidade crucial para um debate mais aprofundado sobre as mudanças climáticas. “Infelizmente perdeu-se uma oportunidade e se tem um debate muito mais forte sobre isso”, conclui o analista, ressaltando a necessidade de uma discussão mais ampla e urgente sobre o tema, especialmente considerando o papel dos Estados Unidos na liderança global contra as mudanças climáticas.