Baixa cobertura vacinal no Brasil preocupa, com risco de surtos de sarampo – 24/09/2024 – Equilíbrio e Saúde

Baixa cobertura vacinal no Brasil preocupa, com risco de surtos de sarampo – 24/09/2024 – Equilíbrio e Saúde

  • Saúde
  • 25/09/2024
  • No Comment
  • 2

Esta é a edição da newsletter Cuide-se desta terça-feira (24). Quer recebê-la no seu email? Inscreva-se abaixo:

Apesar dos esforços do atual governo para recuperar a taxa de cobertura vacinal, campanhas de imunização nacionais não têm atingido a meta, e a possibilidade de novos surtos de doenças preocupa. Vamos falar sobre os desafios da vacinação infantil e adulta no país.

Há cerca de dois meses, escrevi sobre um relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) que colocava o Brasil em uma posição favorável em relação à imunização infantil: enquanto as coberturas vacinais continuaram caindo após a pandemia em outros países em 2023, o país reverteu a queda observada até 2022 e indicou uma diminuição do número de crianças até 5 anos zero-dose –isto é, que não receberam nenhuma das vacinas preconizadas na infância.

É uma boa notícia, e mostra os esforços coletivos dos entes federal, estaduais e municipais para retomar a imunização, mas ainda há um caminho a ser percorrido. Somente a vacina meningocócica C atingiu a meta em crianças de até um ano até agosto de 2024 –os dados, segundo a pasta da Saúde, ainda não foram consolidados.

Além disso, a baixa adesão em campanhas em todo o país, como a da dengue, aplicada desde o início de fevereiro em crianças de 10 a 14 anos, e da gripe, que não atingiu a cobertura em diversos estados, deixam o país em alerta.

Na última semana, o diretor do PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde, Eder Gatti, levantou a preocupação em relação à baixa procura pelo imunizante contra a dengue. Menos da metade das doses distribuídas aos estados e municípios foram aplicadas –pouco mais de 2,3 milhões das 4,7 milhões adquiridas.

UM ALERTA

Em 2018, o Brasil perdeu o certificado de país livre do sarampo após um surto que atingiu diversos estados. No ano seguinte, registrou cerca de 21 mil casos. Desde então, os casos foram diminuindo até chegar a 41 em 2022 e nenhum em 2023.

Neste ano, porém, houve um caso importado de sarampo em janeiro. Isso preocupa porque 8 em cada 10 municípios do país têm risco ou alto risco para surtos de sarampo. A cobertura da segunda dose da vacina tríplice viral –que protege contra sarampo, caxumba e rubéola– está em 78,34% para crianças de até um ano.

Em nota, o Ministério da Saúde disse que, em 5 de junho, o país completou dois anos sem transmissão de sarampo e “com isso, está a caminho de obter a recertificação”.

VACINAS EM ADULTOS

Além da vacinação infantil, especialistas reforçam a importância de adultos, e principalmente idosos, estarem em dia com a imunização, especialmente contra bactérias e vírus que podem causar doenças respiratórias. Essa condição teve aumento de casos nas últimas semanas devido ao tempo seco, à poluição do ar e às oscilações de temperatura.

A cobertura vacinal da dTPa adulto, que protege contra difteria, tétano e pertussis, está abaixo de 60%. O índice cai para 20% quando são consideradas gestantes.

O Ministério da Saúde disse que oferta a vacina no calendário nacional desde 2014, como imunização primária ou reforço, e que a cobertura foi de 46,9% em 2022, passando para 75,3% em 2023. A pasta afirma que os dados de 2024 ainda não foram consolidados, apesar do próprio portal da Saúde indicar a atual taxa.

Já com relação à dengue, a pasta disse ter adquirido todo o estoque disponível de vacinas da fabricante e que as doses serão entregues até novembro de 2024. Menos da metade do público-alvo vacinado voltou para tomar a segunda dose.

A Folha produziu uma reportagem que lista quais vacinas são indicadas para crianças, adolescentes, adultos e gestantes. Confira a lista aqui e veja se você está com a imunização em dia.


Ciência para viver melhor

Novidades e estudos sobre saúde e bem-estar

Estudo mostra resposta imune adaptativa em crianças abaixo de 5 anos contra o coronavírus, diferente de crianças mais velhas e adultos. Pesquisadores analisaram 89 indivíduos e descobriram que, durante a infecção, as crianças mais novas têm uma resposta de células linfócitos T CD4+ (conhecidas como matadoras naturais) antiviral mais baixa e distinta. Após a infecção, elas desenvolveram células T de memória com características inflamatórias mais altas e menos células B de memória reativas ao vírus. O estudo, publicado na revista Science Translational Medicine, destaca que a resposta imune se desenvolve progressivamente ao longo da infância até a idade adulta.

Nova técnica permite edição genética mais eficiente. Pesquisadores da Universidade de Zurique analisaram uma proteína chamada TnpB, derivada de um ancestral da CRISPR-Cas9, que foi descrita como editora de DNA. A partir dela, conseguiram um aumento de 4,4 vezes na eficiência da modificação do DNA, superando desafios anteriores devido ao tamanho e menor eficiência das proteínas menores. A descoberta pode ajudar o uso da técnica em terapias gênicas, como na presença de colesterol alto no sangue. Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico Nature Methods.

Fonte Original do Artigo: redir.folha.com.br

Postagens Relacionadas

“Democracia liberal frustrou a expectativa de milhões”, diz Lula

“Democracia liberal frustrou a expectativa de milhões”, diz Lula

Horas após discursar na abertura do debate de chefes de Estado da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York,…
Seis receitas para reinventar a aposentadoria | Blog Longevidade: modo de usar

Seis receitas para reinventar a aposentadoria | Blog Longevidade:…

Já Guido, sul-africano naturalizado brasileiro, era tradutor e, após sofrer um sequestro relâmpago com o filho, decidiu abandonar São Paulo e…
Intelectuais de vários países divulgam carta aberta criticando Musk e apoiam Brasil no bloqueio ao X

Intelectuais de vários países divulgam carta aberta criticando Musk…

Documento, assinado por mais de 40 acadêmicos, expressa preocupação com a influência das ‘big techs’ sobre a soberania digital do país…