Pacaembu tem volta do futebol com gramado tapete e obras – 21/09/2024 – Cotidiano

Pacaembu tem volta do futebol com gramado tapete e obras – 21/09/2024 – Cotidiano

Enquanto passava instruções sobre o esquema tático do time na beira do campo a um auxiliar, o técnico Marcos Roberto aproveitava para fazer uma selfie diante do gramado nunca pisado oficialmente.

Roberto é treinador da Seleção Tiradentes que, na tarde deste sábado, (21) decidiu a final feminina da Taça das Favelas contra a favela São Rafael, de Guarulhos (Grande São Paulo). Foi o primeiro jogo de futebol em mais de três anos no estádio do Pacaembu, ainda em obras, e agora rebatizado de Mercado Livre Arena Pacaembu.

A rodada dupla, que começou às 14h15, teve na sequência a decisão masculina entre favela Erundina e Jardim Santo André.

Marcos Roberto foi para a beira do gramado duas horas antes do jogo para avaliar como ficou o campo. E gostou do que viu.

“O jogo rola mais rápido”, afirmou, sobre o campo sintético com jeito de novinho.

Ex-meia no futebol de várzea de São Paulo, Roberto jogou no Pacaembu em 2019. Corintiano, estranhou a ausência do tobogã, reduto da torcida do Corinthians, demolido para a construção de um prédio que contará com hotel, lojas, restaurantes e um centro de convenções.

As duas decisões deste sábado foram um teste para o gramado e não uma reinauguração do estádio, que segue em obras.

É o primeiro teste também de parte da nova arquibancada —que terá capacidade para 25 mil pessoas em eventos esportivos e 40 mil em shows— reformada pela Allegra Pacaembu, concessionária responsável pelo espaço até 2054.

Foram distribuídos 12 mil convites para os jogos deste sábado e compareceram cerca de 8.000 pessoas.

Só foram liberados os assentos nas laterais do campo. Os torcedores, que não pagaram ingresso, chegaram às duas arquibancadas pelas ruas ao lado do estádio. A entrada principal, na praça Charles Miller, ainda está em obras e não teve o acesso liberado em razão de uma corrida de rua na região.

Mesmo onde estava liberada a circulação de pessoas, há sinais da reforma. Nos banheiros, os vasos sanitários são novos, mas as paredes estão sem reboque e o piso, de cimento, tem pingos de tinta.

Os vestiários também estão inacabados. Falta forro no teto.

Havia seguranças nos acessos para impedir que o público circulasse pelas áreas do estádio. Mas não dava para esconder que há obras no entorno. A dona de casa Maria Júlia Souza, 38, limpava a bermuda do filho David, 5, que ficou empoeirada depois de o garoto sentar em uma cadeira da parte coberta da arquibancada.

Perto dela estava o casal Diego Dias, 36, e Laís Sapucaia Lira, 33. Os dois aproveitaram ingressos distribuídos no projeto social onde o filho Paulo, 10, joga futebol em São Mateus, na zona leste, para conhecer o novo Pacaembu.

“Está ficando bacana, vim aqui uma vez assistir a um jogo beneficente do Corinthians para arrecadação de alimentos”, disse Dias.

Aos poucos, saudosistas sorriam com a volta do futebol ao Pacaembu. Por volta das 13h, houve queima de fogos e o locutor testou o sistema de som dizendo que o estádio era de uma torcida só, em referência às favelas.

Como nos velhos tempos, um ambulante oferecia cerveja e refrigerante no meio das pessoas na arquibancada.

O frentista Antonio Neto, 55, chegou cedo para conseguir lugar na parte coberta. Morador em São Bernardo do Campo (ABC), ele foi sozinho ao estádio para matar a saudade do Pacaembu.

“Assisti muitos jogos do Palmeiras aqui”, disse. “No último, pouco antes da reforma, ganhamos de 4 a 0 do Santos.”

Quarenta e cinco minutos antes da decisão feminina, a torcida da favela São Rafael ganhou um reforço especial. Um grupo com 50 meninos, de 9 a 15 anos, que jogam em um projeto social de Guarulhos, coloriram parte das arquibancadas de azul e branco.

Humberto dos Santos, conhecido como professor Tim, contava aos alunos do projeto social em que dá aula em Guarulhos quando viu os craques Raí e Dener se enfrentarem no campo lá embaixo em um São Paulo x Portuguesa no início da década de 1990.

“O São Paulo sempre deu sorte aqui”, afirmou, posando para uma foto com a turminha e o campo de fundo.

O sistema de iluminação também foi testado. Por volta das 16h15, as luzes acabaram ligadas quando o céu ameaçou escurecer e todos os holofotes das torres acenderam.

No fim, as quatro torcidas, que fizeram muito barulho na tarde deste sábado cantando e batucado sem parar, não viram gols com bola rolando

Seleção Tiradentes (2 a 0) e Favela Erundina (3 a 2) foram campeões nos pênaltis.

A torcida da favela da zona sul paulistana comemorou o título com gritos de “o Pacaembu é nosso”.

Em nota, Eduardo Barella, CEO da concessionária, afirmou que o evento-teste na Mercado Livre Arena Pacaembu foi um sucesso. “É muito simbólico recomeçar a utilização do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho com uma final estadual da Taça das Favelas”, disse.

Fonte Original do Artigo: redir.folha.com.br

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