Jovem conta sinais que ignorou de câncer que a “esmagava por dentro”

Jovem conta sinais que ignorou de câncer que a “esmagava por dentro”

  • Saúde
  • 26/07/2025
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A perda repentina de peso foi o primeiro sintoma do câncer para a jovem influenciadora Rafaela Ribeiro, de 24 anos. Embora tenha emagrecido 17 quilos em poucas semanas no início de 2024,  sem uma explicação aparente, ela não considerou que fosse algo preocupante. Os sinais da doença, porém, foram rapidamente se avolumando.

Ainda por volta de março de 2024, surgiu uma tosse seca que não cessava com remédios, lembrando uma pneumonia. Foi a partir deste sintoma que ela decidiu buscar ajuda. “Os médicos sempre me ignoravam, achavam que eu devia estar querendo atestado e atribuíram os sintomas a exagero”, lembra ela.

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As dores no estômago e nas costas vieram em seguida, acompanhadas de ínguas no pescoço e nas axilas. Ao tentar se alimentar, Rafaela não conseguia engolir. “Com o passar do tempo apareceram tumores visíveis no pescoço e abaixo da axila, depois quando eu tentava comer não conseguia engolir mais nada”, recorda.

Após muita insistência, Rafa, como gosta de ser conhecida, conseguiu fazer uma tomografia em maio, quando descobriu ter tumores distribuídos por todo o tronco e pescoço (foto em destaque). “Procurei um médico particular com os exames, tinha pressa em saber como proceder, então conseguimos fazer uma biópsia que comprovou que meu câncer era um tipo muito agressivo de linfoma não Hodgkin de grandes células B”, conta.

Sinais do câncer que Rafaela diz ter ignorado

  • Perda de peso;
  • Tosse seca recorrente;
  • Dor no estômago semelhante à gastrite;
  • Dor nas costas;
  • Suor noturno;
  • Coceira no corpo;
  • Ínguas e linfonodos pelo corpo;
  • Dificuldade de engolir;
  • Dor nas costas;
  • Cansaço e fadiga.

Os sintomas de linfomas não-Hodgkin de alto grau costumam aparecer de forma rápida e incluem ainda febre sem causa aparente e aumento dos gânglios no pescoço, axilas ou virilha. Todos esses sinais indicam que o linfoma está ativo e, por isso, precisa de avaliação médica rápida.

O que é o linfoma não Hodgkin de grandes células B?

O linfoma não Hodgkin de Rafaela atacava as células B — responsáveis pela produção de anticorpos — em alto grau, ou seja, com muita velocidade. Elas detectam patógenos, como bactérias e vírus, e criam anticorpos que se ligam a esses invasores, marcando-os para destruição por outras células do sistema imunológico.

Quando desenvolvem cânceres, elas se multiplicam muito de forma defeituosa e se espalham rapidamente para várias partes do corpo, o que compromete as defesas do organismo para todas as doenças.

Além disso, o linfoma é um tipo de câncer que progride de forma rápida e precisa de tratamento imediato. Esse subtipo é raro em pessoas jovens, mas altamente agressivo.

“Apesar de ser uma forma agressiva de linfoma, o prognóstico melhorou muito nas últimas décadas com os avanços nos tratamentos. A taxa de cura pode chegar a 80% nos casos com bom estado geral de saúde e diagnóstico precoce. Mesmo em casos mais avançados, hoje é possível alcançar longos períodos de controle da doença”, diz o oncologista Jorge Abissamra Filho, de São Paulo.

A confirmação da doença depende de exames como tomografia, biópsia e PET-CT. Infelizmente, porém, não há uma forma específica de prevenção para linfomas não Hodgkin agressivos. Também não há rastreamento eficaz para detecção precoce em assintomáticos.

“A detecção precoce é essencial para o tratamento do Linfoma não Hodgkin porque é preciso ter a classificação correta da doença para realizar o tratamento de forma mais direcionada”, comenta o hematologista Roberto Luiz da Silva, do IBCC Oncologia, hospital especializado no tratamento de câncer em São Paulo.

Segundo o médico, o tratamento do linfoma não Hodgkin varia consideravelmente, dependendo do subtipo específico, o estágio do câncer, a saúde geral do paciente e outros fatores. As opções podem incluir: quimioterapia, radioterapia e imunoterapia com linfócitos modificados do paciente com CAR-T .

 

O tratamento de Rafa

“Infelizmente, descobri meu diagnóstico muito tarde. Os tumores estavam por toda parte, eles estavam me esmagando por dentro, comprimiam meu esôfago. Por isso eu não engolia mais, e os batimentos cardíacos também ficaram bastante altos e acelerados, então havia a suspeita de que eles tinham tomado até meu coração, o que graças a Deus não aconteceu. Era só a pressão deles”, relata Rafaela.

O protocolo inicial de tratamento previa seis sessões de quimioterapia. Com a gravidade do caso, foram necessárias 17. A cada ciclo, o número de sessões era ampliado. As células tumorais resistiam e o quadro ainda piorou após uma infecção inesperada.

Bactéria hospitalar e reação inesperada

Durante uma internação no final de 2024, Rafaela contraiu KPC, uma superbactéria resistente a antibióticos que se instalou no corpo dela, ainda enfraquecido pelo combate ao câncer. A infecção rapidamente evoluiu e comprometeu os pulmões em uma infecção generalizada.

A jovem foi entubada e permaneceu em coma por nove dias. “Os médicos chegaram a dizer ao meu marido que eu tinha um risco de morrer em menos de 24 horas. Por sorte, sobrevivi”, comenta.

Ao sair do coma, os médicos notaram que os tumores haviam diminuído mesmo sem continuidade da quimioterapia. Com novas rodadas de tratamento, ela chegou à remissão (onde já não há sinais de tumor no corpo).

Agora, para concluir o tratamento, Rafaela está na fila do CAR-T, uma terapia celular personalizada que pode evitar a necessidade de transplantar a medula, o que diminui os riscos de recidiva, mas é um procedimento caro e arriscado no caso dela.

2 imagensRafaela se sente grata pelo apoio dado pelo marido, Michell, que deixou o emprego para cuidar delaFechar modal.1 de 2

Rafaela Ribeiro passou a compartilhar nas redes sociais sua rotina de luta contra o câncer

Reprodução/Instagram/rafaribeiro_002 de 2

Rafaela se sente grata pelo apoio dado pelo marido, Michell, que deixou o emprego para cuidar dela

Reprodução/Instagram/rafaribeiro_00

Impactos emocionais e apoio familiar

Além do desgaste físico, os meses em tratamento afetaram o psicológico de Rafaela. Para ela, o momento do diagnóstico coincidiu com sobrecarga emocional e familiar. Ela cuidava do filho de 10 meses, da avó com Alzheimer, ajudava os pais e buscava uma forma de conseguir sair das dificuldades financeiras que ela e o marido estavam enfrentando.

Michell acabou demitido por faltar ao trabalho para acompanhá-la nos exames. Apesar das dificuldades, Rafaela conta que o companheirismo do marido foi decisivo para alcançar a recuperação.

O diagnóstico do câncer fez a jovem rever seus hábitos e priorizar o próprio corpo. Ela abandonou o estilo de vida no “automático” e tenta alertar outras pessoas sobre os sinais silenciosos da doença. “A gente não pode ignorar o que sente”, conclui.

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Fonte Original do Artigo: www.metropoles.com

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