Alter do Chão profissionaliza ribeirinhos para turismo – 16/07/2025 – Turismo

Alter do Chão profissionaliza ribeirinhos para turismo – 16/07/2025 – Turismo

Com a aproximação da COP30, a conferência de clima da Organização das Nações Unidas, que ocorre em novembro, em Belém, o Pará entra em evidência. Um dos destinos turísticos mais fortes do estado, Alter do Chão investe na profissionalização de ribeirinhos para abrir novas atrações na região, que já tem grande movimentação turística no fim do ano (sua alta temporada), quando a seca dos rios dá espaço às faixas de areia que formam diversas praias.

Em julho, ao menos três novas comunidades ribeirinhas estarão prontas para receber pequenos grupos de turistas —Maripá (à margem esquerda do rio Tapajós), Tucumã (à margem direita do rio Arapiuns) e Vila Gorete (à margem esquerda do rio Arapiuns). O turismo nesses locais segue o que as comunidades vizinhas costumam oferecer: culinária local, passeios por trilhas, banhos de rio e de igarapé, oficinas (como artesanato de palha e produção de farinha de mandioca) e pernoite em redários, tudo em meio ao contato direto com ribeirinhos e sua cultura.

O desenvolvimento dessas comunidades para o turismo é fruto de uma parceria entre a prefeitura de Santarém, as agências de turismo locais e os próprios ribeirinhos. “A comunidade tem a iniciativa de se estabelecer como um ponto turístico e a prefeitura realiza visitas técnicas e capacitações”, diz o secretário de Turismo Emanuel Leite da Silva, em entrevista à Folha. Segundo ele, 14 comunidades receberam visita técnica este ano para mapeamento de atrações e orientações. Algumas delas ganharam cursos de turismo de base comunitária e aperfeiçoamento de culinária regional.

Para Anna Terra, fundadora da agência Anna Terra Expedições, é fundamental que comunidades da região de Alter do Chão se abram para o turismo. “Frente ao potencial turístico do baixo Tapajós, poucas comunidades estão estruturadas para receber visitantes. A Coroca é um exemplo —às vezes a demanda é tão grande que eles não conseguem absorvê-la”, diz a guia de turismo, que pesquisa e desenvolve roteiros de base comunitária, com foco em apresentar um lado B de Alter.

Os agentes de turismo costumam acompanhar as visitas técnicas para fazer avaliações e criar novos produtos turísticos. Por vezes, fazem investimentos diretos, como a disponibilização de pontos de wifi para facilitar a comunicação com os ribeirinhos. Com a operação da Starlink na Amazônia desde 2022, é comum que os povoados tenham acesso à internet. “Desenvolver o turismo de base comunitária acaba sendo um bom negócio para todos”, diz Arnaldo Gonçalves, da SerenaTur. “Boa parte dos turistas que vêm a Alter do Chão quer conhecer a cultura de perto. E, quando o fluxo turístico começa a existir, os ribeirinhos resgatam e aperfeiçoam suas tradições para oferecer experiências aos visitantes.”

Os esforços pelo turismo na região vão além da COP30. Hoje, Alter vive uma sazonalidade contrastante. Isso porque as praias fluviais, que aparecem entre agosto e janeiro, ficaram conhecidas como as melhores atrações da região, e acabam concentrando as visitas. No inverno amazônico (de fevereiro a julho), o fluxo turístico cai drasticamente. Durante a visita da Folha, que ocorreu em maio, o movimento era ínfimo.

Essa sazonalidade, no entanto, não tem razão para existir. “A cheia do Tapajós muda a cara de Alter, facilita o acesso às comunidades ribeirinhas e tem até passeios exclusivos”, diz Ana Torrellas Quintero, da Mãe Natureza Ecoturismo, em referência à navegação pela Floresta Encantada, que não é realizada durante a seca. Além disso, as atrações turísticas ficam mais vazias, os passeios mais baratos e —dizem os locais— o risco de levar uma ferroada de arraia (não rara no verão), é bem menor, já que elas têm mais área para se espalhar. Não faltam razões para curtir Alter no inverno.

Fonte Original do Artigo: redir.folha.com.br

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