Campinas 215 anos: padre Pelágio, o ‘santo’ da Campininha 

Campinas 215 anos: padre Pelágio, o ‘santo’ da Campininha 

  • Goiás
  • 09/07/2025
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APÓSTOLO

A devoção foi um dos pilares da evangelização de Padre Pelágio

No dia 22 de novembro de 1961 milhares de pessoas acompanharam o corpo do Padre Plenário Sauter da Matriz de Campinas até o cemitério Santana para o seu sepultamento (Foto: Acervo Hélio de Oliveira)

Conhecido como o Apóstolo de Goiás, o missionário redentorista alemão Padre Pelágio Sauter deixou marcas profundas no bairro de Campinas, em Goiânia. Ele chegou ao Brasil em 1909, aos 31 anos, com o desejo de evangelizar, e assim fez até seus últimos dias. Em Goiás, percorreu centenas de comunidades, muitas delas no interior, quase sempre a cavalo, levando a fé, os sacramentos e o conforto espiritual, principalmente aos doentes e mais pobres.

Apesar de ter atuado por vários anos em diferentes regiões do estado, foi em Campinas, onde viveu seus últimos anos, que sua figura se tornou símbolo de devoção. A Igreja Matriz de Campinas, hoje Santuário Basílica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, foi um dos locais em que ele mais atuou. As bênçãos diárias que oferecia, pela manhã e à tarde, reuniam fiéis de várias partes da cidade. Contam-se relatos de curas e graças atribuídas a ele ainda em vida.

A devoção foi um dos pilares da evangelização de Padre Pelágio, que ajudou a consolidar entre os goianos o culto à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. O cuidado com os enfermos, principalmente nos últimos cinco anos de vida, é lembrado com carinho por fiéis que o consideravam santo ainda em vida.

Padre Pelágio morreu em 23 de novembro de 1961, aos 83 anos, após contrair pneumonia. Seu sepultamento mobilizou cerca de 40 mil pessoas, que levaram o caixão nos ombros da Matriz de Campinas até o Cemitério Santana. O cortejo foi registrado pelo fotógrafo goiano Hélio de Oliveira.

Reconhecimento da Igreja Católica

Como resultado da fama de santidade e da intensa devoção popular, em 1997 foi solicitado à Sagrada Congregação das Causas dos Santos, no Vaticano, a abertura do processo de beatificação e canonização de Padre Pelágio. A beatificação é o reconhecimento oficial da Igreja Católica de que uma pessoa viveu de forma virtuosa e pode ser venerada publicamente. Já a canonização torna o venerado oficialmente santo, com culto permitido em toda a Igreja.

O pedido foi aceito, e a causa passou a tramitar oficialmente. Em 7 de novembro de 2014, o Papa Francisco reconheceu as virtudes heroicas do religioso, conferindo a ele o título de Venerável. Sendo essa, a etapa que permite dar continuidade aos estudos sobre sua santidade.

O processo segue em tramitação no Vaticano, aguardando a comprovação de um milagre atribuído à intercessão do Padre para que possa avançar para a beatificação. Enquanto isso, a devoção popular permanece viva, especialmente em Trindade, onde seus restos mortais foram transferidos em 2005 para a Igreja do Santíssimo Redentor, conhecida também como Igreja do Padre Pelágio.

O processo de beatificação, conforme pontua padre Walmir, “se encontra numa fase delicada. A comissão em Roma está estudando casos em que a medicina não tem explicação científica”.

Legado

Para o padre Walmir Garcia, “Pe. Pelágio é um marco de vivência da santidade. Veio da Alemanha decidido a doar sua vida na missão brasileira confiada à Congregação do Santíssimo Redentor”. Segundo ele, em Goiás, o missionário teve uma atuação ampla: “não só na esfera religiosa, mas também na ação social e política”.

O religioso destacou ainda a proximidade de Pelágio com os romeiros mais humildes que iam a Trindade. “Atendia a todos com muita alegria e disponibilidade”, afirmou. “Ainda no campo social, se preocupava muito com as crianças, principalmente as mais pobres. Ensinava o catecismo, música (era compositor), teatro, entre outras atividades”.

No campo político, segundo o padre, “ajudou na fundação e desenvolvimento de algumas cidades do sertão goiano”. Já nos últimos cinco anos de vida, dedicou-se quase exclusivamente às bênçãos e ao atendimento dos doentes. “Isso ele fazia todos os dias na antiga igreja Matriz de Campinas. Marcou a região com esse atendimento diário, alcançando muitas curas milagrosas”.

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Fonte Original do Artigo: www.maisgoias.com.br

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