Curupira, mascote da COP30, vira alvo de disputa política – 04/07/2025 – Ambiente

Curupira, mascote da COP30, vira alvo de disputa política – 04/07/2025 – Ambiente

O Curupira, símbolo do folclore indígena, conhecido como o guardião das florestas e dos animais, está no centro de uma briga política digital que envolve o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).

Ferreira ironizou, na rede X, a escolha do personagem com cabelo de fogo, pés virados para trás, corpo de menino e uma lança como mascote da COP30, a cúpula climática das Nações Unidas que será realizada em Belém de 10 a 21 de novembro.

“Excelente escolha pra representar o Brasil e nossas florestas: anda para trás e pega fogo”, escreveu o parlamentar, em uma postagem que rendeu mais de três mil comentários, seis mil compartilhamentos e 34 mil curtidas.

Barbalho rebateu, no X e no Instagram. “Enquanto uns mostram que andam pra trás ao não reconhecer a cultura e o folclore do nosso país, a gente avança fazendo o mundo inteiro voltar os olhos ao Brasil e ao Pará como grandes protagonistas das discussões e iniciativas em prol da preservação do meio ambiente e dos povos da floresta”, disse.

O governador disse que o Curupira, chamado por ele de “nosso protetor”, continuará como referência da COP30.

Segundo a lenda, o personagem tem os pés virados para trás para despistar caçadores e proteger a mata contra invasores.

A escritora Januária Silva, autora do livro “O Curupira e Outros Seres Fantásticos do Folclore Brasileiro”, afirma que a história tem uma conexão forte com a natureza.

“O Curupira é um ser fantástico, mágico e defensor da floresta. Ele tem os métodos dele. É traquina, apronta, prega peças porque, na verdade, o grande propósito dele é salvar as matas, preservar as florestas. Ele faz de tudo para que não se viole a natureza”, diz.

Em nota, a gestão da cúpula climática explica que o personagem foi escolhido para representar o compromisso da presidência brasileira da COP30 com a redução das emissões de gases que provocam o aquecimento global.

A figura reforçaria, nos debates ambientais, o protagonismo da amazônia e das pessoas que a conservam e dela dependem.

O padre José de Anchieta (1534-1597) foi o primeiro a fazer um registro sobre o Curupira, em texto escrito em São Vicente, no litoral de São Paulo, em 1560. Ele escreveu que os indígenas temiam muito a figura e faziam oferendas para não serem atacados.

A palavra vem do tupi-guarani —”curumim” significa menino e “pira”, corpo.

O pesquisador Paulo Maués, autor do livro “Histórias de Curupira”, explica que a lenda ainda é muito presente na região amazônica, com impacto na relação da população com o meio ambiente.

“O conhecimento em torno das lendas brasileiras e, de modo particular as amazônicas, está muito associado a questões ligadas à preservação da natureza”, diz. “Personagens como o Curupira, o Boto e a Iara são verdadeiros agentes de consciência ecológica, de educação ambiental”.

Além de símbolo de proteção ambiental, segundo a organização da COP30, o Curupira cumpre um papel educativo para atrair o interesse das novas gerações aos temas ligados à preservação da natureza.

Fonte Original do Artigo: redir.folha.com.br

Postagens Relacionadas

Idoso é preso por furtar 12 pacotes de café em supermercado de Aparecida

Idoso é preso por furtar 12 pacotes de café…

PREÇO ALTO Ao todo,12 pacotes de café e três bandeijas de mussarela estavam escondidas dentro da calça do idoso. Ele já…
Haddad pede que Bolsonaro deixe governo negociar com EUA

Haddad pede que Bolsonaro deixe governo negociar com EUA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (24) que a família Bolsonaro precisa “sair do caminho” para que o…
Universidade de Columbia vai pagar mais de R$ 1 bilhão para encerrar investigações de Trump | Mundo

Universidade de Columbia vai pagar mais de R$ 1…

A secretária de Educação, Linda McMahon, afirmou que a Columbia concordou em “punir estudantes que causaram graves interrupções nas operações do…