Trump diz ter poupado líder do Irã de “morte feia”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira (28) que salvou o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, de “uma morte muito feia e ignominiosa” durante os bombardeios conduzidos por Israel ao longo de 12 dias. Em mensagem publicada em sua rede Truth Social, o presidente americano ainda revelou mágoa com declarações do aiatolá após o cessar-fogo, o que o levou a abandonar uma proposta de alívio de sanções contra Teerã.

“Seu país foi dizimado, suas três instalações nucleares malignas foram obliteradas, e eu sabia exatamente onde ele estava abrigado. Não permitiria que Israel, ou as Forças Armadas dos EUA — as maiores e mais poderosas do mundo — tirassem sua vida. Eu o salvei de uma morte muito feia e ignominiosa, e ele não precisa dizer ‘obrigado, presidente Trump!’”, postou o líder dos Estados Unidos.

A publicação foi uma resposta direta ao discurso de Khamenei, que um dia antes havia declarado que o Irã “deu um tapa severo na cara da América” ao reagir militarmente após os ataques israelenses. O aiatolá também afirmou que a República Islâmica havia vencido o conflito, e que qualquer nova agressão seria punida com um “preço alto”.

A fala incomodou Trump. “Por que o chamado ‘Líder Supremo’, o aiatolá Ali Khamenei, do Irã, país devastado pela guerra, diria de forma tão descarada e tola que venceu a guerra contra Israel, quando sabe que sua declaração é mentira?”, questionou o presidente na rede Truth Social. 

Segundo o líder americano, os Estados Unidos estavam prontos para apresentar um pacote de propostas ao Irã com o objetivo de retomar negociações sobre o programa nuclear do país. O plano apontava para  o fim das sanções, a liberação de ativos congelados e até uma linha de crédito para o setor energético, além de flexibilizações para a venda de petróleo. Porém, a resposta de Khamenei levou Trump a desistir do plano.

“Estávamos preparando medidas que teriam dado ao Irã uma chance real de recuperação rápida e completa. Mas com essa declaração de raiva, ódio e repulsa, não será possível seguir nesse caminho”, reforçou o presidente dos EUA.

Representantes dos Estados Unidos haviam cogitado uma nova rodada de conversas com Teerã, mas diante da situação não confirmou qualquer intenção de retornar o diálogo.