Juliana Marins: Como queda e hemorragia podem matar – 27/06/2025 – Equilíbrio e Saúde

Juliana Marins: Como queda e hemorragia podem matar – 27/06/2025 – Equilíbrio e Saúde

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  • 27/06/2025
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Um trauma no corpo, resultando em danos a órgãos internos e hemorragia, foi a causa de morte de Juliana Marins, a alpinista brasileira que escorregou e caiu enquanto escalava o Monte Rinjani, na Indonésia, segundo autópsia divulgada nesta sexta-feira (27).

Traumas de queda, que levam a uma hemorragia, podem causar morte porque impactam o transporte de oxigênio necessário para o funcionamento dos órgãos, segundo explicam especialistas à Folha. Em casos graves, a morte pode acontecer rapidamente.

O que é hemorragia interna

Segundo informações da BBC Indonésia, o especialista forense Ida Bagus Alit disse que foram encontrados “arranhões e escoriações, bem como fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa [de Juliana]. Essas fraturas ósseas causaram danos a órgãos internos e sangramento”.

Hemorragia interna é o nome dado ao sangramento ocorrido dentro do corpo, sem exposição do sangue para fora. Gustavo Tadeu Sanchez, diretor da SBTO (Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico), diz que este dano interfere na distribuição de oxigênio para os órgãos.

“O sangue é um importante meio de difusão do oxigênio para os órgãos. Quando a gente tem uma hemorragia, naturalmente a gente perde sangue, ou seja, a gente diminui o meio de transporte desse oxigênio para os órgãos. O corpo toma algumas atitudes frente a isso.”

Segundo Sanchez, o corpo gera uma vasoconstrição, um estreitamento dos vasos para tentar otimizar a propagação do oxigênio. “Ele faz também um aumento da velocidade do batimento do coração, assim como o aumento da frequência com que a gente respira. E o corpo pode, inclusive, selecionar, privilegiando órgãos nobres, como cérebro e coração”, diz o médico.

Ele explica o que acontece: “Primeiro, o quadro [de hemorragia] pode evoluir para uma instabilidade hemodinâmica, que é essa queda da pressão arterial abrupta. Depois, pode evoluir para casos fatais, como foi, infelizmente, o da Juliana”.





Primeiro, o quadro [de hemorragia] pode evoluir para uma instabilidade hemodinâmica, que é essa queda da pressão arterial abrupta. Depois, pode evoluir para casos fatais, como foi, infelizmente, o da Juliana

José Gustavo Parreira, coordenador do Grupo de Cirurgia de Trauma dos hospitais São Luiz Morumbi e Santa Isabel, da Rede D’Or, diz que o corpo tem uma reserva para tolerar a hemorragia: “Acredita-se que a pressão arterial vai cair apenas depois de perda de 30% do volume circulante”.

Contudo, segundo os médicos, se essa hemorragia não for contida rapidamente, chega um momento em que as medidas que o corpo toma não são suficientes e o quadro pode evoluir para a morte.

Parreira diz que a evolução depende da gravidade e do tipo da lesão: “Quando você tem um sangramento de alto fluxo, rapidamente todos esses fenômenos acontecem e a morte é mais rápida. Por outro lado, você pode ter um fluxo mais lento e esses fenômenos todos demoram mais tempo para acontecer”.

A fratura no fêmur, notada no caso de Juliana, pode levar a uma hemorragia rápida, completa o médico.

A autópsia mostrou que a alpinista brasileira pode ter morrido 20 minutos após ter sofrido a queda. “Nenhum órgão apresentou sinais de retração que indicassem sangramento lento. Isso sugere que a morte ocorreu logo após os ferimentos”, disse o especialista forense ouvido pela BBC.

Trauma torácico

Segundo a autópsia, Juliana sofreu um trauma na caixa torácica, onde estão localizados o coração e os pulmões. Sanchez explica que a contusão pode ter afetado as costelas, que funcionam como um para-choque, e os pulmões, que realizam a troca de oxigênio no corpo.

O médico diz que a jovem pode ter tido uma contusão pulmonar, que atrapalha o funcionamento do órgão: “Ele [o pulmão] não consegue se expandir de forma adequada, e deixa de funcionar de forma correta, não fazendo sua função principal, que é a de troca de oxigênio.”

Segundo ele, “isso piora muito a qualidade de oxigênio que já está em uma menor quantidade no sangue por causa da hemorragia. Então, são fatores que vão se somando, agravando ainda mais a gravidade da lesão”.

A baixa temperatura também pode complicar o caso, conclui Parreira. A autopsia mostrou ainda que não houve dano cerebral ou sinais de hipotermia.

Fonte Original do Artigo: redir.folha.com.br

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