PL goiano prioriza Wilder, mas Bolsonaro considera Caiado

COLUNA DO DOMINGOS KETELBEY

Ex-presidente prioriza eleger mais senadores e quer PL focado na eleição de Gayer

Enquanto a base do PL em Goiás trata como irreversível a pré-candidatura do senador Wilder Morais ao Governo em 2026. Nos bastidores, o próprio Wilder já afirma que não pretende recuar da disputa ao Palácio das Esmeraldas. Mas há um complicador: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avalia uma aliança com o governador Ronaldo Caiado (UB).

Antes das agendas públicas em Goiânia e Aparecida, nesta quinta-feira (19), Bolsonaro fez uma visita discreta ao Palácio das Esmeraldas. O encontro com Caiado durou cerca de 30 minutos. Publicamente, interlocutores afirmam que o tema foi a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Nos bastidores, porém, a leitura é de que o ex-presidente reconhece a força política de Caiado em Goiás.

“O foco do presidente agora é o Congresso, especialmente o Senado. E ele reconhece que o Caiado tem tanta força quanto ele em Goiás”, afirmou uma fonte próxima ao ex-presidente. A estratégia nacional de Bolsonaro passa pela eleição de uma maioria legislativa para enfrentar o STF e consolidar o retorno da direita ao centro do poder. Foi essa a tônica do discurso que ele fez horas depois na Câmara de Aparecida: “Me dê 50% da Câmara e do Senado que eu mudo o Brasil”.

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De acordo com aliados, Bolsonaro tem respeito por Wilder e diz que a decisão de disputar o governo é pessoal. Ainda assim, seu desejo seria mantê-lo no Senado e trabalhar a eleição de um novo nome para a outra vaga goiana: hoje o deputado federal Gustavo Gayer é visto com eleição praticamente garantida. “Se o Wilder insistir, Bolsonaro não vai se opor. Mas o interesse dele é eleger senadores”, completou.

Já a base de Wilder mostra segurança. “A chance de composição com o governo é uma em dez”, cravou uma liderança do PL. “Eu diria que é praticamente impossível que isso ocorra. De 0 a 10, é 11 para o Wilder ser o candidato”, destacou outra. Entre os bolsonaristas locais, o sentimento é de que a candidatura está madura e não há possibilidade de recuo. “Ainda mais porque quem está do outro lado é Daniel Vilela e o MDB sempre esteve ao lado das esquerdas”, destacou.